Estudo revela as tendências para o setor bancário na próxima década

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Um estudo recente realizado pela IBM Global Business Services em conjunto com a unidade de pesquisas estratégicas da IBM, The Institute for Business Value, projeta que a receita mundial de serviços financeiros atingirá um crescimento anual de 7,1% entre 2000 e 2015, passando de US$ 2 bilhões a US$ 5,6 bilhões.

O estudo aponta também as principais tendências para os bancos na próxima década e destaca as inovações em modelos de negócios e tecnologia que irão estimular a transformação do setor. De acordo com o documento, os clientes serão usuários ainda mais bem informados, exigentes e experientes. Demandarão serviços de maior valor agregado e vão procurar as instituições voltadas para o atendimento das suas necessidades específicas.

De acordo com a IBM, haverá uma polarização do mercado, que se dividirá entre os grandes conglomerados globais, que crescem através da tendência de consolidação, e as instituições especializadas em nichos de mercado. A ?coopetição?, segundo a empresa, se intensificará, ou seja, as parcerias aumentam na mesma proporção em que a competição.

O documento observa, ainda, que será fundamental encontrar novas formas de gestão da força de trabalho no que se refere a desempenho, remuneração e capacitação, já que o modelo operacional das instituições ficará ainda mais sofisticado, colaborativo, e o mercado mais competitivo. Nesse cenário, a força de trabalho também terá cada vez mais mobilidade, prevê o estudo.

A necessidade crescente de segurança, privacidade e conformidade com padrões regulatórios cada vez mais exigentes demandará mais robustez nos mecanismos de controles internos e maior integração entre os diversos processos de negócio, sistemas e infra-estrutura, conforme a IBM. Ela também alerta que a combinação do avanço tecnológico com modelos de negócio inovadores trará importante melhora da eficácia, flexibilidade e diferenciação das empresas que forem capazes de transformar seus processos, organizações e sistemas. Esta transformação, segundo o estudo, será viabilizada pela componentização, arquitetura orientada a serviços, virtualização, entre outros.

Tonny Martins, líder do setor de finanças da IBM Global Business Services para a América Latina, analisa que o estudo aponta caminhos para que as instituições financeiras se tornem ainda mais competitivas, principalmente diante do cenário que se desenhará nos próximos dez anos. ?Em 2015, viveremos em um mercado cada vez mais voltado ao cliente, dominado por megabancos globais e densamente ocupado por provedores especializados em serviços financeiros. A competição e a regulamentação se intensificarão e as inovações tecnológicas e nos modelos de negócios reformularão as estruturas bancárias e não bancárias.?

O executivo também pondera que a tecnologia motivará transformações fundamentais na força de trabalho e ao longo de toda a cadeia ? fornecedores, parceiros e clientes ?, trazendo importantes efeitos para a produtividade, eficácia e lucratividade das empresas. ?Essas tendências já estão evidentes, mas na medida em que se tornarem arraigadas, provocarão profundas transformações nos fatores determinantes da competitividade do setor.?

De acordo com a IBM, essas transformações no mercado representam grandes desafios, resultando em quatro questões estratégicas fundamentais. Entre eles, a empresa cita a mudança nos modelos de negócios, que deverão estar concentrados na proposição de valor oferecida aos clientes, e a maximização da eficácia operacional para enfrentar os novos e ágeis participantes do mercado, estabelecendo parcerias com provedores especializados.

Segundo o estudo, será preciso ainda integrar opções econômicas e flexíveis de mão-de-obra, através de novas formas de terceirização, levando-se em conta os componentes que serão diferenciados, os que necessariamente têm que ser competitivos e os mais comoditizados dentro da empresa. Além disso, os investimentos em TI devem visar ao aprimoramento das capacidades de resposta e de recuperação, além da colaboração por toda a cadeia de valor.

O estudo da IBM também identificou de que forma os bancos poderão escolher quais produtos e inovações de mercado serão mais convenientes para seus negócios. Um delas é o foco crescente no crédito imobiliário, microcrédito e acesso da população ?não-bancarizada? aos serviços financeiros.

A empresa prevê que a identificação por radiofreqüência (RFID) poderá ser uma importante tecnologia para o setor de pagamentos e também vislumbra a necessidade de reformulação do modelo das agências, de forma a torná-las mais atrativas para interação e aquisição de produtos e serviços. Ela aponta também a importância da visão unificada do cliente, com maior conhecimento de suas necessidades e tendências de consumo, de forma integrada, garantindo uma experiência mais homogênea e de maior valor agregado através de suas interações com os diversos canais de relacionamento com os bancos (ATM, internet banking, call center, agências, gerente, etc.)

De acordo com Luís Simões Gouveia, líder do setor de finanças da IBM Global Business Services no Brasil, cada instituição bancária deve optar pela estratégia que seja adequada às necessidades de seus clientes, que serão muito mais exigentes e dominantes. ?Abordagens inovadoras no desenho dos negócios, em serviços de atendimento ao cliente, no gerenciamento da força de trabalho e em TI serão críticas para o sucesso. A inovação em produtos, processos, relacionamentos e modelos de negócios será o principal caminho para o crescimento sustentável.?

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