Utilizar dados para alcançar melhores resultados não é nenhuma novidade para as empresas atualmente. Quando bem utilizados, proporcionam mais inteligência na tomada de decisão, automatizam processos e geram novas oportunidades de negócios. A questão é justamente saber utilizar esse recurso a favor e dentro da lei geral de proteção de dados, respeitando o direito dos titulares dos dados pessoais. Diante da infinidade de informações disponíveis no ambiente digital, muitas organizações não sabem como trabalhar com elas – e acabam desperdiçando boas possibilidades por causa disso. Entretanto, algumas dicas podem ser úteis para potencializar essa atividade. Confira:
1 – Tenha um objetivo claro de negócio e identifique os dados que vão ajudar você
Quer fidelizar os clientes? Quer diminuir o cancelamento do serviço? Quer aumentar a rentabilidade do negócio? Precisa descobrir quantos são e qual é o perfil dos melhores clientes? Quem são os 20% dos clientes que representam 80% do faturamento? Quer saber o produto que mais vende?
Se sua empresa já tem um objetivo claro, procure saber quais são os dados que vão ajudar alcançar essas metas. Afinal, você terá mais sucesso se tomar decisões pautadas em fatos em vez de achismos ou empirismo.
Com as perguntas prontas que deseja responder, vá em frente e faça um levantamento na empresa identificando onde os dados estão disponíveis, quais são as regras de negócio. Aproveite para fazer um inventário de dados. Faça um levantamento de informações, métricas e indicadores da empresa bem como de sua finalidade. Pode ser uma planilha de Excel simples. O importante é identificar os diferentes tipos de dados já coletados, indicadores criados e métricas usadas, a fim de detalhar os seus significados para facilitar o conhecimento e a compreensão de todos sobre essas informações na empresa, usando-as para tomar a decisão certa.
2 – Analise periodicamente a qualidade
Uma boa estratégia de dados depende da qualidade das informações que apoiarão as decisões. Por isso, é fundamental analisar periodicamente a base de dados da empresa, principalmente as informações de identificação e de contato, para saber se coletaram tudo o que é necessário, se são relevantes, se não têm duplicidade e até se a empresa está, de fato, mantendo relacionamento com essas pessoas. O serviço de monitoramento consegue corrigir planejamentos estratégicos sem comprometer os processos da companhia.
3 – Tenha uma visão única dos dados
Como citado no início, as informações digitais são abundantes e estão à disposição nos ambientes on-line. Isso significa que qualquer departamento pode coletá-las de acordo com seus interesses. O problema é que, assim, os dados se "espalham", impedindo que a organização tenha uma visão completa. O ideal é centralizar tudo para ampliar a capacidade de análise, reduzir custos e facilitar a implementação de novos projetos.
4 – Defina políticas de uso
Para garantir boas práticas na gestão e no uso de dados, é fundamental estipular regras que regulam essa atividade na empresa. Em outras palavras: é preciso definir políticas que determinam quais dados mínimos devem ser coletados, quem pode acessar as informações, quando e até como. É fundamental dispor de políticas de dados mínimos em seus processos e controlar o ciclo de vida deles. Além disso, garanta acesso rápido, fácil, no período desejado para uma análise consistente na hora certa e com as melhores decisões.
5 – Crie relatórios e dashboards
Lembre-se de utilizar os dados nas suas principais funções: automatize processos, melhore a operação, reduza custos e torne a empresa mais eficiente. Para isso, crie relatórios e dashboards para monitorar, analisar e acompanhar os resultados de cada campanha que utilizar as informações digitais, como marketing, vendas e resultados financeiros. Além de saber como os dados estão sendo utilizados, isso gera novos insights que podem abastecer estratégias futuras, completando um círculo virtuoso para a organização.
6 – Faça o uso dos dados, respeitando os direitos dos titulares de dados
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que está em vigor desde 2020, trouxe um enorme desafio para as organizações que controlam dados pessoais (dados de identificação, de contato e localização, financeiros, médicos, entre outros). A lei estabelece que para as atividades de tratamento deve haver sempre uma finalidade e, não menos importante, os dados devem estar proporcionais às finalidades de tratamento. De forma resumida, o tratamento do dado pessoal não pode ser abusivo.
Um ponto importante a ser esclarecido é que a LGPD não impede que haja tratamento dos dados pessoais por seus controladores ou operadores. A Lei regulamenta que, nos tratamentos dos dados pessoais, haja responsabilidade e capacidade na prestação contas aos titulares de dados pessoais e à Autoridade Nacional.
Arthur Guitarrari, CEO da Everon.