Os resultados da Vivo divulgados nesta sexta-feira (21/7) mostram importantes indicadores em queda, como market share, receita média por assinante (Arpu), além de prejuízo de R$ 493,1 milhões frente à perda de R$ 179,3 milhões registrada no primeiro trimestre. E também um fato inédito, 5,4% de clientes a menos no semestre.
Segundo, Roberto Lima, presidente da companhia, a queda se deu pelo fato de a empresa ter feito uma ?limpeza? dos clientes inativos. A Vivo está integrando as plataformas de billing e de cobrança de todas as empresas que formam o grupo, processo que deve ser finalizado no primeiro trimestre de 2007. Hoje, 78% dos clientes já estão nas plataformas unificadas.
A provisão para provedores duvidosos (PDD) de R$ 338,7 milhões ou 9% da receita bruta total, foi a principal justificativa para o fraco desempenho da Vivo no segundo trimestre. Deste valor, R$ 161,5 milhões se referem à migração dos clientes à plataforma única que gerou atraso na cobrança e dificuldade para os clientes pagarem valores acumulados.
?A integração atual dos sistemas foi uma oportunidade para tentarmos recuperar alguns clientes e tirarmos da base aqueles que realmente estão inativos?, disse Lima. Segundo ele, essa diminuição não teve impacto na receita da companhia, uma vez que esses clientes não geravam nenhum tráfego. ?Teve um impacto no churn, por causa de alguns problemas no envio de faturas; é um processo doloroso pelo qual tínhamos de passar?, afirma. O churn da empresa no segundo trimestre foi de 4,6%, 2,8 pontos percentuais a mais que no primeiro semestre.
O market share caiu de 43,5% no primeiro semestre deste ano para 40,6% no segundo trimestre. E a Arpu baixou de R$ 25,4 no primeiro trimestre para R$ 24,1 no período de abril a junho. A notícia positiva é que a empresa conseguiu reduzir, ?desde o seu pico?, 85% das perdas com clonagem e fraudes.
A receita operacional líquida no segundo trimestre foi de R$ 2,59 bilhões, 9,8% abaixo dos R$ 2,87 bilhões registrados em igual período do ano passado. O presidente da Vivo atribuiu a queda ao fracasso da equipe brasileira na Copa, à queda do tráfego durante os dias dos jogos do Brasil e à decisão da Anatel de desligar as estações radiobase (ERBs) próximas aos presídios do Estado.
Só o desligamento das ERBs provocou perdas equivalentes a R$ 18 milhões, afirmou Lima. ?Às vezes o desligamento de apenas uma torre não é suficiente para bloquear o sinal, porque as demais passam a absorver o tráfego da ERB desligada.? Com isso, o executivo quis dizer que precisaram ser desativadas várias torres, o que gerou tal perda.