Ao que tudo indica, o Yahoo quer evitar o confronto com o megainvestidor e acionista Carl Icahn na reunião de acionistas, marcada para o dia 1º de agosto próximo, que vem ameaçando deflagrar uma disputa de votos (proxy fight) para substituir os membros do conselho de administração da empresa, desde que este rejeitou a oferta de compra de US$ 44,6 bilhões feita pela Microsoft. Nesta segunda-feira (21/7), o portal concordou que ele indique dois novos nomes para o board, que passará de nove para 11 membros.
O acordo visa por fim à batalha que os dois lados vêm travando desde fevereiro, e que se acentuou nos últimos meses com acusações de lado a lado. O acerto não inclui mudanças na direção do Yahoo, ou seja, mantém o seu co-fundador Jerry Yang como CEO. Mas por outro lado, não exclui o reinício das conversações com a Microsoft. Antes, Icahn dizia que retiraria Yang do comando se ele conseguisse assumir o controle da empresa.
Também como parte do acordo ficou decidido que Robert A. Kotick, CEO da Activision Blizzard, maior empresa do de software de videogames do mundo, deixará o cargo de membro do conselho.
A nomeação dos dois novos diretores ocorrerá após a reunião acionista. Eles serão escolhidos a partir de uma lista de candidatos indicados por Icahn e Jonathan Miller, ex-diretor executivo da AOL, que é atualmente é sócio da Velocity Interactive, um fundo de investimento em empresas de tecnologia. Uma fonte próxima ao Yahoo disse, em declaração a versão on-line do jornal americano New YorK Times, que era quase certo que Miller será um dos nomeados. A sua inclusão foi sugerida por Jerry Yang, e Icahn teria concordado com ele, disse a mesma fonte.
"Estamos satisfeitos por ter chegado a esse acordo, que atende aos melhores interesses de todos os acionistas do Yahoo", disse o presidente do Yahoo, Roy J. Bostock. "Estamos ansiosos para trabalhar produtivamente com Icahn e os novos membros do conselho de administração para continuar a melhorar o desempenho da empresa e reforçar o valor acionário."
Icahn, por sua vez, disse que ainda pensava que o Yahoo deveria considerar venda da totalidade da empresa ou de seu negócio de buscas. "Embora eu continue a acreditar que a venda da totalidade da empresa ou do seu negócio de busca deva ser levada em consideração, compartilho da opinião de que o Yahoo detém uma gama valiosa de ativos para continuar expandindo sua liderança no segmento on-line e em trazer retorno aos seus acionistas.", disse ele. "Eu acredito que este é um bom acordo e que vamos ter uma forte relação de trabalho daqui para frente", finalizou o megainvestidor.
