Maioria dos profissionais em segurança da informação não tem formação específica

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A maioria dos profissionais que atuam na área de segurança da informação no Brasil é formada por homens (85,53%) que trabalham em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Minas Gerais, de acordo com pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Módulo Education Center, unidade de educação da Módulo Security, e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO).

A surpresa da pesquisa deste ano, em sua terceira edição, é que, além desses quatro grandes centros, estados como Paraná, Ceará e Bahia concentram maior número de profissionais desse segmento do que Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A distribuição entre os grandes centros ficou da seguinte maneira: São Paulo 35,93%; Rio de Janeiro 15,42%; Distrito Federal 10,49% e Minas Gerais 8,59%, enquanto que os estados do Paraná com 4,13%; Ceará 3,82% e Bahia 3,66%. Em último ficaram Santa Catarina com 3,50% e Rio Grande do Sul com 2,56%.

A edição de 2006 do estudo possui análises que demonstram, dentre outros resultados, que é o profissional de segurança da informação, o que mudou no mercado nos últimos anos, onde estão as maiores oportunidades de emprego nesse segmento, o que esses profissionais esperam da carreira, como se comportam, como se aperfeiçoam e como estão enfrentando os desafios do dia-a-dia dentro das organizações.

A faixa etária desses profissionais também mudou. O que antes era um mercado predominantemente sênior com pessoas entre os 41 e 50 anos (18,28%), agora se concentra em profissionais da faixa etária entre 23 e 27 anos (22,26%) e entre 28 e 32 anos (20,83%). A maior parte desses profissionais trabalha na área de tecnologia (69,32%) de empresas privadas (68,52%) voltadas para os setores de serviços (29,57%), tecnologia (22,58%) e indústria (15,10%).

Outro fator observado na pesquisa foi o tipo de relacionamento entre esses profissionais e as empresas em que trabalham. Do total de entrevistados, 65,52% são contratados por CLT, enquanto 9,06% trabalham como autônomo, o que significa um aumento considerável se comparado ao percentual de 2003 (1,14%).

A formação superior em informática e tecnólogo ? 53,58% e 25,76% respectivamente ? é maior que em administração (15,42%) e engenharia (11,45%), enquanto que a leitura de jornais on-line sobre segurança da informação é considerada a maior aliada no processo de autodesenvolvimento (75,04%).

Pensando em planos futuros para o desenvolvimento da carreira, 48,17% dos entrevistados pretendem se certificar em Security Officer, ou seja, a certificação continua sendo a principal meta desses profissionais. Além da certificação, cursos de segurança em redes (46,26%), gestão de negócio em segurança da informação (39,59%) e formação em Security Officer (33,39%) continuam atraindo esses profissionais.

Dentre as características pessoais de maior importância para trabalhar na área de segurança da informação estão o discernimento para lidar com informações conforme o seu grau de sigilo (41,18%), a integração com diversos grupos de trabalho (31%) e a rigidez no cumprimento de normas (14,15%). Esta ultima teve um aumento significativo se comparado ao resultado de 2004 (4,39%). ?Com o crescimento do número de normas específicas para cada setor, os profissionais passaram a enxergar essas regras como auxiliares para seu trabalho. Essas exigências auxiliam os gestores na manutenção da segurança, pois elas determinam um padrão a ser seguido?, afirma Zilta Marinho, diretora do Módulo Education Center.

Perguntados sobre suas características, os entrevistados afirmaram que são observadores (80,76%), racionais (70,11%), planejadores (66,61%), executores (58,03%) e comunicativos (53,90%).

Quanto à relação com usuários, a grande maioria (88,55%) acredita que a paciência e o bom humor sejam as características mais importantes para um profissional de segurança que busca bons resultados.

Outro dado que chama bastante a atenção na edição deste ano é quanto à formação específica em segurança. Embora a grande maioria tenha ou esteja concluindo cursos superiores, 61,53% dos entrevistados não têm nenhuma formação em segurança da informação, enquanto apenas 13,04% possuem certificações em segurança da informação (9,22% em MCSO, 1,43% em CISSP, 1,43% em CISA, 0,32% em GIAC e 0,64 em CISM). ?Esta informação é bastante preocupante, pois demonstra que, embora o mercado esteja crescendo, os profissionais que estão entrando para atender às novas demandas, em sua maioria, não têm conhecimento específico suficiente para assumir cargos de tamanha importância dentro das organizações?, complementa Zilta.

Segundo ela, em 2004 a faixa etária predominante era dos 41aos 50 anos enquanto que neste ano varia dos 23 aos 27. ?Esse grupo mais jovem, que tem sido contratado por valores menores. Em 2004, a maioria dos entrevistados tinha uma renda entre R$ 3,5 mil e R$ 5 mil. Neste ano, a maioria (20,67%) recebe entre R$ 1,5 mil e R$ 2,5 mil e, muitas vezes, tem apenas uma formação genérica em tecnologia, deve ter seu trabalho orientado e supervisionado por profissionais com maior experiência e conhecimento específico?, finaliza.

O resultado da pesquisa será apresentado, na íntegra, no 4º Encontro Nacional Chief Security Officer ? CSO Meeting 2006, a ser realizado entre os dias 24 e 27 de agosto, em Angra dos Reis (RJ).

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