O evento Fórum Saúde Digital 2019, em sua 10ª. edição, que acontecerá em 2 de setembro, no WTC Events Center na cidade de São Paulo, reunirá gestores, especialistas e profissionais do setor que mostrarão as várias transformações pelas quais está passando e as diversas áreas que consolidaram as tecnologias em seus modelos de negócios e prestação de serviços ao paciente.
Os painéis tratarão de quatro importantes temas sobre os quais os painelistas apresentarão as soluções já adotadas em gestão de planos de saúde, telemedicina, monitoramento, privacidade e proteção de dados e engajamento dos pacientes, bem como discutirão sobre os desafios da transformação digital que ainda estão por vir para o setor.
Algumas organizações já lançaram serviços de monitoramento remoto de saúde e telemedicina, para assistência a pacientes, como consultas online. Entretanto, há muito ainda para avançar. As organizações de maior porte deverão se concentrar mais no atendimento ao paciente de modo a obter melhores resultados nos serviços e atendimento e custos reduzidos.
Os painelistas Fernando Paiva, vice-presidente de transformação digital da Carenet, Dr. Koshiro Nishikuni, neurocirurgião do Hospital Santa Cruz, Leonardo Gross, líder para América Latina de soluções digitais da global GE Healthcare, e Dr. Gabriel Variane, do Hospital e Maternidade Santa Joana, conversarão sobre planos futuros e projetos em andamento para monitoramento remoto e telemedicina.
"O Hospital Santa Cruz mantém intercâmbio científico e tecnológico com universidades japonesas, como Tsukuba, Kyushu e Osaka, criando sinergia para intercâmbio médico-científico também por meio de tecnologias de ponta, a exemplo das teleconferências", informa Dr. Koshiro Nishikuni, neurocirurgião do Hospital Santa Cruz.
Operadoras
As organizações de prestação de serviços de saúde (operadoras, planos de saúde, novas plataformas), como hospitais e clínicas, também estão se concentrando no uso de tecnologias, como IA, inteligência cognitiva e analytics, e em diferentes propostas de modelos de negócios para planejarem as mudanças no rol de atendimento, forma de pagamento nos planos de assistência médica para tentar preservar, melhorar e manter a receita.
Representantes de algumas destas organizações debaterão no painel de gestão de saúde suplementar como a transformação digital estimulará investimentos e a sustentabilidade do setor. Serão eles Dr. Ricardo Ramos, presidente da ASAP e VP da Funcional Health Tech, Erika Fuga, diretora de Sinistro Saúde da SulAmérica, Caroline Arede, cofundadora da Oli Saúde, e Vilma Dias, diretora da Qualirede.
Para Erika Fuga, diretora de Sinistro Saúde da SulAmérica, as novas tecnologias estão revolucionando a área da saúde e a experiência do paciente. "Além de transformar as ferramentas de diagnóstico e tratamento, soluções inovadoras estão possibilitando um acesso cada vez mais amplo, digital e de qualidade à assistência médica adequada", destaca a diretora.
Ela relata que a SulAmérica vem construindo um novo modelo assistencial, com vias de acesso amplamente conectadas e uma jornada mais coordenada e efetiva da saúde aos seus beneficiários. "A telemedicina é um pilar dessa estratégia porque nos permite conectar pessoas e processos de forma rápida e segura. Neste ano, por exemplo, lançamos o Médico na Tela, um serviço inovador que possibilita aos segurados responsáveis por crianças de até 12 anos solicitar uma videochamada com o médico pediatra para receber orientações de saúde de qualquer lugar do País com conexão à internet", conta Erika.
O presidente da ASAP (Aliança para Saúde Populacional) e vice-presidente da Funcional Health Tech, Dr. Ricardo Ramos, igualmente ressalta os benefícios das novas tecnologias. "A transformação digital é importante, pois até então as decisões estratégicas, incluindo operação e precificação, eram tomadas a partir de alguns poucos dados organizados em torno de uma planilha volumétrica (relativos a custos, receitas ou taxas de utilização, por exemplo)", diz Dr. Ramos.
"Mas, atualmente, com o aumento do volume e da complexidade dos dados disponíveis, sobreviverá a empresa que mais rápido e melhor dominar essa nova fonte de tomada de decisão para os seus negócios. Essa transformação já impactou diretamente outros setores econômicos como o financeiro (bancos digitais), o varejo (e-commerce) e o entretenimento (streaming on demand) e já chegou também em saúde (novos modelos de pagamento)", conclui ele.
Na visão de Caroline B. Arede, co-fundadora da Oli Saúde, "é incrível ver nosso sistema de saúde ser discutido por pessoas dispostas a fazer mudanças, pois empreender neste setor não é fácil e nenhum de nós, sozinho, conseguirá impactar o sistema como ele precisa. A tecnologia para nós é a única forma de conectar todos os atores (operadoras, prestadores de serviço e os próprios consumidores) e alinhar os seus interesses, com o objetivo de garantir a sustentabilidade de todo o sistema", enfatiza Caroline.
Engajamento do Paciente
Porém, o principal ator a impulsionar mudanças no setor tem sido o consumidor de serviços de saúde que exige opções de atendimento cada vez mais convenientes e acessíveis. As novas gerações têm diferente entendimento sobre o relacionamento médico-paciente. Os consumidores esperam o mesmo nível de atendimento que recebem de outros varejistas, desde ferramentas de estimativa de custos e reserva de compromissos online até interações personalizadas e opções de comunicação rápidas e fáceis, como aplicativos, mensagens de texto e chatbots.
"Vivemos hoje numa sociedade em plena transformação digital, desde hábitos cotidianos até a introdução de novos serviços disruptivos, e a Saúde não está imune a essa transformação, tendo gerado muitas oportunidades para melhoria de serviços, tratamentos, processos assistenciais e gestão dos pacientes. Entretanto, é preciso que tomemos certos cuidados quando consideramos como engajar os pacientes neste novo cenário", avalia Guilherme Rabello, gerente Comercial e de Inteligência de Mercado do InovaInCor. "Para isso, o trabalho colaborativo de equipes multidisciplinares e dos próprios pacientes será fundamental na inovação", reforça Rabello.
O engajamento e relacionamento médico-paciente serão bastante discutidos no painel em que, além de Guilherme Rabello, participarão Fábio Pires, lead customer experience specialist da Doctoralia, e Eduardo Oliveira, CEO da Santécorp.
Seja em monitoramento, telemedicina, gestão e em engajamento, os dados, e em grande volume, tornam-se uma das grandes preocupações em se tratando de transformação digital. Isto porque a segurança da informação surge como prioridade para qualquer setor.
Proteção de dados
Nesta direção, no Fórum Saúde Digital 2019 o tema segurança e privacidade não poderia ficar de fora. Com a profusão de ataques e vulnerabilidades e a recém Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), a privacidade e proteção de dados dos pacientes tornou-se um processo mandatório nas organizações, e que ainda provoca polêmica sobre a troca de informações no ecossistema de saúde.
"Temas atuais como a utilização de wearables, Inteligência Artificial, Internet das Coisas (IoT) e a telemedicina são exemplos da transformação digital com enfoque no setor de saúde. Embora os avanços sejam inegáveis, tais novidades também representam pontos de atenção com relação à segurança, privacidade e proteção de dados pessoais", alerta Luis Fernando Prado Chaves, sócio responsável pela área de Direito Digital e Proteção de Dados da Daniel Advogados. De acordo com o advogado, "a adoção de programas de compliance que tenham um enfoque no cumprimento da LGPD, sem deixar de lado as regras dispostas em regulamentos setoriais, com a adoção de medidas de segurança robustas, são práticas de extrema importância para viabilização da inovação tecnológica, a qual sempre deve estar aliada à transparência perante consumidores e colaboradores dos diversos players deste setor".
Este detalhamento sobre privacidade e segurança será discutido em painel específico sobre o tema entre Luis Fernando Prado e seu colega Fábio Aspis, advogado da Daniel Advogados, e Aloisio Marinho, especialista de Cybersegurança na Trend Micro.
"No setor da saúde, em virtude da complexidade de agentes envolvidos, da sensibilidade dos dados e o relevante fluxo de dados pessoais tradados, as questões jurídicas e técnicas relativas à segurança, privacidade e proteção de dados não são apenas relevantes para a mitigação de riscos financeiros e reputacionais, mas principalmente poderão ser utilizadas como potencial competitivo, garantidor de negócios e realização da prestação de atividades mais transparentes perante todos os atores do ecossistema de saúde", reforça Fábio Aspis.
As inscrições para a 10ª edição do Fórum Saúde Digital 2019 continuam abertas e podem ser feitas pelo e-mail info@tiinside.com.br ou telefones (11) 3138-4619 ou (11) 3138-4600.