Segurança da informação é um dos segmentos da TI que mais cresce. No Brasil, os investimentos estão estimados em US$ 300 milhões, com uma possível taxa de crescimento de 15% nos próximos três anos. De acordo com o diretor da MR Consultoria, Miguel Ruiz, o mercado de TI tem como principal característica mudanças rápidas, sejam relacionadas a equipamentos, metodologias ou até mesmo às previsões mercadológicas.
Para ele, com essas alterações, o profissional que trabalha no segmento de TI tem que se preocupar muito mais com a parte de relacionamento pessoal. ?Entender o negócio do cliente para ter visão global e propor soluções coerentes e corretas, aumentar a demanda de serviços e conhecer a viabilidade financeira de cada projeto também se são aspectos muito importantes na hora de montar um portfólio?, diz Ruiz.
O treinamento é uma outra face desse mercado. Para Ruiz, nesse segmento, existe uma grande oferta em certificações e cursos, e carência em cursos específicos para gestão em TI, que visem complementar a visão de negócio e especialização dos técnicos da área. Segundo o consultor, embora seja muito importante, as empresas costumam investir apenas 6% do seu orçamento de TI em treinamento, sendo que mais da metade desse recurso, vai para treinamento técnico dos funcionários, em vez de treinamentos gerenciais.
Ruiz acredita que, para capacitar um profissional de TI hoje, é necessário mais do que conhecimentos técnicos. ?Ferramentas de gestão como o CobIT, ITIL, PMI, SAS 40, ISO 19977 e CMMI permitem ao profissional da área uma visão mais estratégica do negócio, que pode auxiliar não apenas no trabalho e seu cumprimento, mas também no relacionamento com o cliente?, recomenda.
Uma outra área que tem ganhado bastante espaço no mercado de TI é o da automação, informa o executivo. Os maiores clientes e os principais resultados do segmento estão no setor bancário e comercial. Os maiores investimentos na área foram focados em redução de custos e velocidade da informação. Devido a fusões ocorridas nos segmentos desses clientes, a concorrência também aumentou bastante. Com esses fatores a mostra, os novos projetos realizados pelas empresas se baseiam no retorno sobre o investimento (ROI) e aumento de satisfação dos clientes.
Segundo Ruiz, os profissionais que trabalham nesse segmento devem se esforçar bastante para conhecer a fundo seu negócio. O estudo de aplicabilidade de TI nos processos das empresas, sejam esses processos, internos ou externos, só são viáveis se o profissional tiver um grande conhecimento sobre a área. ?É um segmento para o qual o treinamento, mais cedo ou mais tarde, será fundamental para atingir bons resultados?, avalia.
O desenvolvimento de software tem lugar garantido no mercado de TI, segundo Ruiz. Isso se deve, na opinião dele, à necessidade das empresas de se manterem atualizadas e operando com grande eficiência, inteligência e personalidade. ?Os últimos cinco anos foram de prosperidade graças ao boom da internet. Os ERPs evoluíram e amadureceram. Hoje, softwares de busca e softwares de business intelligence são fundamentais para empresas, que procuram o tal do diferencial competitivo e principalmente, estratégico?, enfatiza Ruiz.
Já no segmento de segurança da informação, o consultor explica que os processos e as estratégias são um pouco diferentes dos demais segmentos do mercado de TI devido a algumas particularidades. A primeira delas, segundo ele, se refere à sua consolidação. ?Trata-se de um mercado em formação, com grande campo para expansão, porém, ainda não é um setor sólido.?
Uma necessidade do mercado brasileiro, diz Ruiz, é ter maior acesso às novas informações e tecnologias lançadas nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Ele avalia que um maior conhecimento por parte dos profissionais de TI nessa área seria de grande ajuda, pois, esse mercado vem crescendo nos últimos anos, principalmente nos setores ligados ao governo, às telecomunicações e ao mercado financeiro.
Outro fator relevante desse mercado é a formação de preços competitivos, fator esse, que segundo Ruiz, dá vantagens a empresas com o capital 100% brasileiro (não só no mercado nacional, mas também no exterior), já que podem trabalhar com preços bem menores do que os oferecidos pelas multinacionais.
Ruiz informa que as empresas que estiverem aptas para dar respostas rápidas ao mercado, por meio de um trabalho integrado com o cliente e uma visão gerencial estratégica personalizada, se darão bem no futuro.
Segundo o executivo, dinamismo e variedade nos serviços prestados, para oferecer ao cliente o ciclo completo do desenvolvimento, desde a especificação até a produção, visando a orientação para projetos, são outros fatores essenciais. Para alcançar esse objetivo, o profissional deve ser autoditada, curioso, criativo, flexível, ter uma visão mercadológica bastante aguçada, além de gostar de trabalhar em grupo, sentencia Ruiz.