O mercado brasileiro de produtos e soluções para de TI para saúde está despertando o interesse dos empresários norte-americanos, tanto que o Departamento de Comércio do Consulado dos Estados Unidos em São Paulo começou a desenvolver a um ano e meio um programa de intercâmbio, parcerias e promoção de negócios focado no setor.
A informação é do cônsul Everett Wakai, acrescentando que recentemente foi assinado um convênio com a SBIS – Sociedade Brasileira de Informática na Saúde, com a formação de um conselho para coordenar diversas atividades com objetivo de desenvolvimento de um ecossistema de mercado e de articulação das melhores práticas para áreas públicas e privadas em saúde.
Segundo Wakai, também existe também um diálogo permanente entre o Ministério do Desenvolvimento da Indústria e Comércio – MDIC – e o Departamento de Comércio dos EUA, com um programa bilateral para destravar e eliminar barreiras de interesse comum, que eventualmente possam interferir nos negócios entre os países.
Existe ainda um programa de bolsas de estudo feito em parceria com a entidade AHIMA, para capacitação e educação de TI na saúde. No passado uma missão comercial de brasileiros realizou visitas a hospitais, universidades e centros de excelência para desenvolvimento de negócios entre empresas. Esse ano, promoveu a vinda de empresas e entidades norte-americanas em eventos no Rio de Janeiro e São Paulo, no último Medinfo 2015. Paraa 2016, prevê a mesma atividade em São Paulo e em outra cidade a ser escolhida.
Nos Estados Unidos existem escritórios comerciais em mais de 100 cidades espalhadas por todo o país, que recebem comunicação direta sobre as oportunidades de investimento e parcerias em negócios de TI no Brasil.
Mercado
Explicou que o mercado total da área de saúde dos Estados Unidos é um dos maiores do mundo e soma algo como US$ 2,7 trilhões anuais, ou seja, 18% do PIB daquele país, onde a saúde pública passou por profundas modificações no governo Obama. A OCDE recomenda que o orçamento de saúde de um país esteja entre 9 a 10% do PIB. Apenas em TI, a previsão de investimento é de aproximadamente de US$ 30 bilhões anuais, mas ele acrescenta que há vários números divergentes quando se fala em investimento em saúde.
"Pesquisas dizem que há uma ineficiência no setor, que gera desperdício que somam cerca de US$ 750 bilhões de perdas em toda da cadeia de saúde'', explica o cônsul, acrescentando que para mudar esse cenário uma das iniciativas para minimizar o problema foi a criação da ACO – Accountable Care Organizations, que de cuida de prestaçao de contas que vincula os reembolsos do provedor com métricas de qualidade, eficiência e reduções no custo total dos cuidados da população.
Outra maneiras de conseguir esse objetivo de redução é o investimento em tecnologia, como sistemas, telemedicina, plataformas e soluções que buscam incentivar o engajamento do paciente nos cuidados e na responsabilidade com sua própria saúde.
Também há a exigências em se disponibilizar os dados abertos publicamente, para que possam servir para que um ecossistema de inovação trabalhe na criação de aplicativos, na interoperabilidade de prontuários eletrônicos do paciente, no uso de big data e soluções de segurança do paciente, preconizados na Lei Affordable Care vigente desde março de 2010.
Além disso, os Estados são ativos nesse processo de eficiência e redução de custos. ''Por exemplo, no estado de Minnesota essa redução resultou em economia US$ 70 milhões anuais, em Maryland, foi de US$ 121 milhões e no Colorado ela atingiu US$ 44 milhões'', exemplifica Wakai.