Escolas urbanas estão conectadas, mas 40% só contam com acesso de até 2 Mbps

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As escolas brasileiras ainda contam com conexão de até 2 Mbps, utilizando xDSL ou cabo, mas a maioria sequer sabe qual a velocidade do acesso – e ainda há as que utilizam Internet discada. Esses foram os achados da pesquisa TIC Educação 2014, lançada nesta segunda-feira, 21, pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), por meio do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br) do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). O levantamento foi realizado entre setembro de 2014 e março de 2015 com 930 instituições privadas e públicas do ensino fundamental e médio de áreas urbanas, incluindo 930 diretores, 881 coordenadores pedagógicos, 1.770 professores e 9.532 alunos.

Nesse cenário, 93% das escolas em área urbana possuíam acesso à Internet, sendo 92% entre as instituições públicas e 97% nas privadas. Agora, a presença de computadores portáteis aumentou de 73% em 2013 para 79%, enquanto a de tablets cresceu de 11% para 29% no mesmo período. Das escolas que têm aparelhos, 99% possuem desktop, 78% computadores portáteis e 29% têm tablets.

Apesar da maior quantidade de dispositivos, ainda há uma grande proporção de escolas com conexão de até 2 Mbps – 40% das escolas no total, sendo 41% das escolas públicas e 21% nas privadas. Em 2013 eram 50% das instituições públicas. Vale ressaltar que isso não significa que a maioria tenha acesso acima de 2 Mbps, já que 27% das escolas sequer souberam informar qual a velocidade da conexão. Assim, 36% disseram ter conexões acima de 2 Mbps.

Discriminando esses dados: 18% das escolas têm conexão de 2 Mbps; 14% contam com velocidade de 1 Mbps; 11% com de 9 Mbps a 10 Mbps; 9% com de 5 Mbps até 8 Mbps; 8% com até 999 Kbps; 7% com de 3 Mbps até 4 Mbps; 5% com de 11 Mbps até 20 Mbps; 3% com de 21 Mbps até 50 Mbps; e apenas 1% com 51 Mbps ou mais.

A conectividade mais presente é via xDSL: 39%. Em seguida vem a banda larga via cabo (37%), rádio (11%) e via rede móvel 3G (10%). Empatados com 9%, escolas com conexão via satélite e por meio de fibra. A pesquisa mostra que ainda há escolas com conexão discada (4%), sendo a maioria na região Nordeste, onde o índice é de 6%.

Alunos

Dos alunos das escolas públicas, 87% têm contato com a Internet (ou seja: responderam que usaram a Web nos últimos três meses). Desses, 79% o fizeram por meio de celular. No entanto, somente 41% dos estudantes se conectaram com a rede da escola, já que o principal acesso é o residencial (77%). O desktop ainda é o aparelho mais popular entre os alunos: 65% possuem o PC em casa, enquanto 56% contam com notebooks e 27% têm tablets. A pesquisa indica também que, desses que possuem tablets, 84% os levam para a escola.

A maioria dos alunos (92%) afirma usar a Internet para fazer pesquisas, enquanto 80% dizem que usam para fazer projetos ou trabalhos sobre um tema. Outros usos: trabalhos em grupo (80%), lições ou exercícios (72%), apresentações para colegas (56%), jogos educativos (52%), falar com o professor (22%) e participar de cursos a distância (9%). Quase a totalidade (97%) dos alunos utilizam Facebook. Em menor proporção, aparecem Instagram (42%), Twitter (26%) e Ask.com (10%).

Profissionais

Há ainda falta de capacitação para ajudar os profissionais educadores a lidar com as tecnologias. A maior parte (67%) dos professores afirmou ter aprendido sozinho a utilizar o computador e a Internet, enquanto 57% afirmaram ter feito cursos de formação específicos sobre TIC. Dentre os que fizeram cursos, 74% pagou a capacitação do próprio bolso. Dos professores de escolas públicas com formação universitária, 37% cursaram disciplina específica sobre uso de computador e Internet durante o ensino superior.

Os professores de escolas públicas têm preferido usar a Internet por meio de dispositivos móveis também. Em 2014 eram 64%, contra 36% em 2013. Além disso, 82% dos professores de escolas públicas disseram usar TICs para produzir conteúdo para as aulas. E 28% usam a Internet para publicar ou compartilhar conteúdos próprios com alunos, contra 21% em 2013.

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