O assunto que dominou o debate do painel "Mobile Office: ferramentas para um mundo móvel" no 1º Forum Mobile+, Mobilidade + Negócios, que começou nesta terça-feira, 21, e vai até dia 23, em São Paulo, foi a cadeia de valor envolvida nas soluções de mobilidade para o mercado corporativo.
A resultante dos argumentos apresentados pelos painelistas é que hoje não existe um modelo de negócio definido e que cada player da cadeia de valor pode representar ora um papel, ora outro. Muitas vezes, o integrador é que é dono do cliente e procura a operadora para oferecer uma oferta integrada, em outros casos é o contrário.
Inevitavelmente, nessa discussão, todos se perguntam se as operadoras vão se tornar apenas fornecedoras de "canos", não obtendo portanto, participação na receita da solução vendida para o cliente.
Na opinião de Julio Ramos, gerente de soluções móveis para a América Latina da Microsoft, as operadoras vão sim conseguir ser as donas do cliente. "Acho que a operadora não vai ser 'pipe'. Hoje eles já não são", diz ele. O executivo ainda afirma que hoje a cadeia de valor das soluções de mobilidade para o mercado corporativa "é muito complexa".
Luciano Campos da TIM disse que os grandes integradores tem produtos específicos para as empresas de grande porte, mas muitas vezes as soluções para pequenas e médias empresas são adaptações dessas soluções. Campos, acredita que as operadoras tem capilaridade de força de vendas para chegar até o pequeno varejo com soluções mais adequadas para a necessidade de cada um. "Temos um exército de vendedores que vai até cada padaria, cada lojinha e identifica a necessidade daquela empresa", diz ele.
Já o representante da integradora e desenvolvedora Abacom, Kleber Meira acredita que a variedade de ofertas de aparelhos com diversos tipos de sistemas operacionais gera uma demanda pelo trabalho de adaptar as diversas soluções para cada plataforma, coisa que não é do negócio da operadora. Nesse sentido, Meira acredita na parceria entre os diversos players.
Outro ponto interessante levantado pelos painelistas é que no futuro o aparelho mid tier (de nível intermediário) tende a desaparecer. Isso pelo barateamento de preço que os smartphones estão tendoe pela necessidade cada vez maior dos aparelhos serem capazes de executarem as mais diferentes tarefas. Julio Ramos da Microsoft acredita que até 2011 serão mais de 310 milhões de dispositivos conectados no mundo. Meira da Abacomm pensa de modo semelhante: "Em um curto espaço de tempo, a maior parte dos celulares serão smartphones", diz ele.
O 1º Forum Mobile+, Mobilidade + Negócios é promovido pelas revistas TI INSIDE e TELETIME e organizado pela Converge Eventos.