Entrou em operação este mês a MFB (MetroFiber Brasil), empresa que aposta na construção de redes metropolitanas em cidades de grande potencial econômico, mas sem disputar espaço nas grandes capitais. Os investidores da MFB são o fundo de private equity Great Hill Partners, que já foi acionista da antiga operadora de cabo Vivax (comprada pela Net Serviços em 2006) e do site de compras Buscapé; e Chris Torto, empresário norte-americano que vive no Brasil há mais de 20 anos e que também foi investidor e presidente da Vivax. O projeto da MFB prevê investimentos de mais de R$ 200 milhões até o final do ano que vem e a cobertura com redes de fibra em até 40 cidades ao todo, sendo 28 delas no interior paulista, e 22 ainda em 2012. As primeiras redes já estão operacionais nas cidades do ABC paulista e a próxima está sendo construída em Campinas. "Nosso modelo é muito parecido com o que havia na Vivax: apostar em cidades de bom potencial mas ainda pouco atendidas pelos grandes grupos de telecomunicações", explica Chris Torto.
A MFB está operando como carrier de carrier, ou seja, como provedora de capacidade para empresas de telecomunicações, visando sobretudo a oferta de backhaul para ERBs das operadoras móveis. "É uma demanda imediata do mercado e que está consumindo rapidamente toda a capacidade que implementamos", diz Torto. Desde o final do ano passado, quando começou a construir as redes, a MFB já estendeu 200 km de fibras, mas esse número pode chegar perto de 5 mil km ao final do projeto, dependendo da capilaridade que o projeto alcançar.
A rede da MFB está sendo interligada aos POPs das principais operadoras para a saída de Internet, mas a empresa planeja interligar com redes próprias de transmissão pelo menos as cidades no Estado de São Paulo. São oferecidos serviços de SDH, MetroEthernet e GPON.
"Hoje essas redes metropolitanas estão se tornando commodities na maior parte dos grandes centros, mas em muitas cidades, as opções ainda são poucas", diz o executivo. Para Torto, esse tipo de investimento é mais barato do que construir redes de acesso de TV por assinatura, "mas a experiência de construir a rede da Vivax, que também tinha um investimento importante em redes metropolitanas, está ajudando muito", diz. A equipe, diz ele, é basicamente a mesma. "Nosso negócio é oferecer infraestrutura de Internet. Não pretendemos atender ao cliente residencial, mas poderemos oferecer serviços ao mercado corporativo no futuro se houver demanda".
Data center
Outra aposta do grupo de investidores é no mercado de data centers. Para isso, foi montada outra empresa, a DCB (Data Center Brasil) que está construindo um data center em Campinas e planeja outros no ABC, Santos e outras cidades atendidas pela rede de fibra da MFB. "Essas cidades têm carência de infraestrutura de telecom, mas sobretudo têm carência de data centers. Hoje, quem quiser fazer colocation ou rodar alguma aplicação em nuvem em Campinas precisa de um data center em São Paulo", revela Chris Torto, que está trazendo profissionais do mercado de data center para tocar esse novo negócio. A sede das duas empresas é em Campinas.