A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) entregará na próxima quarta, 23, a deputados e senadores uma carta aberta pedindo a aprovação do PL 2.126 de 2011 — que cria o chamado marco civil da internet —, com garantia de neutralidade de rede e liberdade de expressão. A associação se reunirá com os integrantes das Comissões de Defesa do Consumidor e de Ciência e Tecnologia e lideranças dos partidos.
No documento, a associação critica o que chamou de "forte lobby" das operadoras para alterar o texto proposto pelo deputado Alessandro Molon (PT/RJ), relator da matéria. A ProTeste defende a manutenção do texto do artigo 9º, que obriga os provedores de conexão (as teles) a tratar de forma isonômica qualquer tipo de pacote de dados.
Além disso, a associação defende a exclusão do parágrafo segundo do artigo 15, segundo o qual o provedor pode ser responsabilizado caso não retire do ar conteúdo que infringe direitos autorais quando for notificado. Para os demais tipos de conteúdo, a responsabilização do provedor se dá quando ele não cumprir ordem de judicial de retirada. "Sob o falso argumento de defesa dos direitos autorais há empresas no setor de radiodifusão também fazendo lobby. Querem que uma simples notificação possa criar responsabilidade para o provedor, caso mantenha a publicação de conteúdo que contrarie os interesses privados destes grupos econômicos. Fica evidente a intenção de criar mecanismos lesivos de censura privada", diz a o documento.
Outro pedido da ProTeste é que seja mantido o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) "para coordenar e integrar todas as iniciativas de internet no país". Em uma das primeiras versões do relatório do deputado Molon, o CGI deveria ser "ouvido" para se definir as exceções em que a regra da neutralidade poderia ser quebrada. O texto atual, entretanto, estabelece que essas exceções serão estabelecidas pelo Poder Executivo.
A carta da ProTeste aparece em um momento crucial para o marco civil da internet. Isso porque, de acordo com o prazo da urgência constitucional solicitada pela presidente Dilma Rousseff para o projeto, ele tem até o dia 28 de outrubro para ser votado na Câmara dos Deputados. Caso contrário, a pauta da Casa passa a ser bloqueada até a sua votação.
É impressionante a miopia que por vezes algumas organizações de defesa do consumidor demonstram.
Parece que a oferta de serviços não tem custo.
Se de fato as empresas estão fazendo lobby por isso (o que é um direito democrático seu), espero que façam bem feito e o vençam. O tal art. 9 do "Marco Civil" é uma excrescência, que vai prejudicar aos consumidores e a sociedade brasileira. Ele impede que as empresas possam administrar de maneira racional um tráfego que cresce mais de 30% ao ano.
A defesa de tal posição, se não fosse por alguns grupos internacionais gigantescos que dela se beneficiam , e que fizeram lobby por ela, é até difícil de entender.