O Gartner apresenta as 10 principais tendências de tecnologia para o segmento de Governo em 2020, com soluções de alto potencial para otimizar ou transformar serviços públicos. Os Chief Information Officers (CIOs) do Governo devem incluir essas tendências em seus planejamentos estratégicos nos próximos 12 ou 18 meses.
As tendências foram selecionadas em resposta a metas urgentes e necessidades de negócios de organizações governamentais em todo o mundo. Elas se encaixam em um conjunto mais amplo de macrotendências que exigem a atenção dos líderes governamentais de hoje, incluindo instabilidade social, austeridade perpétua, envelhecimento da população, crescente populismo e a necessidade de apoiar metas de sustentabilidade.
"Agora, mais do que nunca, as prioridades tecnológicas devem ser estabelecidas no contexto de tendências de negócios como equidade digital, ética e privacidade, ampliando abismos geracionais e a necessidade de agilidade institucional", diz Rick Howard, vice-presidente de Pesquisa do Gartner.
"Os líderes do setor público esperam que os CIOs governamentais encontrem maneiras de a tecnologia reduzir custos, criar eficiências e melhorar os resultados para cidadãos e empresas. Eles também esperam que os CIOs considerem as tendências sociais, tecnológicas, econômicas, ambientais e políticas que afetam os componentes a que servem", diz o analista.
A lista de tendências estratégicas foi projetada para ajudar os CIOs do governo a estabelecerem a lógica, o timing e a prioridade dos investimentos em tecnologia. Elas não representam quais são as ações nas quais os CIOs de governo estão gastando a maior parte de seu tempo ou orçamento hoje. As tendências variarão em importância, dependendo do nível de governo (nacional, regional ou local), região e contexto comercial. É por esse motivo que eles não são classificados em ordem numérica.
Os CIOs podem usar essas tendências para envolver os grupos interessados e envolvidos em suas ações, desmistificar conceitos e promover discussões sobre seu valor para os cidadãos e a sociedade.
Segurança adaptativa – Uma abordagem de segurança adaptativa trata risco, confiança e segurança como um processo contínuo e adaptável, com proposta dedicada a antecipar e mitigar ameaças cibernéticas em constante evolução. Esse modelo reconhece que não há proteção perfeita e a segurança precisa ser adaptável, em todos os lugares, o tempo todo.
Identidade digital do cidadão – Identidade digital é a capacidade de provar a identidade de um indivíduo por meio de qualquer canal digital do governo que esteja disponível para os cidadãos. É fundamental prover e ampliar a inclusão e o acesso dos cidadãos aos serviços públicos, ainda que muitas administrações estejam demorando a adotar essas inovações em suas operações. Os CIOs de governo são aconselhados a fornecer rapidamente identidades digitais que respeitem os imperativos de segurança e as expectativas dos cidadãos.
Engajamento do cidadão multicanal – Os governos que atendem aos cidadãos de acordo com seus próprios termos e por meio de seus canais preferidos, como pessoalmente, por telefone, via dispositivo móvel, por meio de assistentes inteligentes, chatbots ou Realidade Aumentada, atenderão às expectativas dos cidadãos e alcançarão os resultados do programa. De acordo com uma pesquisa de 2018, mais de 50% do tráfego dos sites de governo em todo o mundo agora vem de dispositivos móveis.
Design Ágil – O governo digital não é um investimento "faça e esqueça". Os CIOs devem criar um ambiente ágil e responsivo, adotando uma abordagem de design de projetos ágil, com o conjunto de princípios e práticas usadas para desenvolver sistemas e soluções mais ágeis que afetam os estados atuais e de destino dos negócios, da arquitetura técnica e das informações.
Gerenciamento Digital de Produtos – De acordo com a pesquisa CIOs Agenda 2019, do Gartner, mais de dois terços dos CIOs de governo disseram que já possuem ou planejam implementar o gerenciamento de produtos digitais (DPM). Muitas vezes, substituindo uma abordagem de gerenciamento de projetos em "cascata", que tem um histórico ruim de sucesso, o DPM envolve o desenvolvimento, a entrega, o monitoramento, o refinamento e a desativação de "produtos" ou ofertas para usuários de negócios ou cidadãos. Faz com que as organizações pensem de maneira diferente e produz resultados tangíveis com mais rapidez e sustentabilidade.
Tudo como serviço (XaaS) – O modelo XaaS abrange toda a gama de serviços de TI entregues em Nuvem por assinatura. A Pesquisa 2019 de CIOs do Gartner constatou que 39% das organizações governamentais planejam gastar a maior quantidade de financiamento novo ou adicional em serviços em nuvem. O modelo XaaS oferece uma alternativa à modernização da infraestrutura herdada, fornece escalabilidade e reduz o tempo para fornecer serviços governamentais digitais.
Serviços Compartilhados 2.0 – Muitas organizações governamentais tentaram aumentar a eficiência de TI através da centralização ou compartilhamento de serviços, geralmente com resultados ruins. Os serviços compartilhados 2.0 mudam o foco da economia de custos para o fornecimento de recursos de negócios de alto valor, como segurança corporativa, gerenciamento de identidades, plataformas ou análises de negócios.
Força de trabalho digitalmente capacitada – Um ambiente de trabalho digitalmente preparado está vinculado à satisfação, retenção e engajamento dos funcionários – mas atualmente o governo está atrasado em outros setores dessa área. Uma força de trabalho de equipes autogerenciadas precisa de treinamento, tecnologia e autonomia para trabalhar em iniciativas de transformação digital.
Analytics em todo o lado – O Gartner refere-se ao uso generalizado de ferramentas de Analytics em todas as etapas da atividade comercial e da prestação de serviços como analítica em qualquer lugar. Ele muda as agências governamentais do relatório do painel de indicadores atrasados para processos autônomos que ajudam as pessoas a tomar melhores decisões em tempo real.
Inteligência Aumentada – O Gartner recomenda que os CIOs de governo reformulem a Inteligência Artificial como "Inteligência Aumentada", um modelo de parceria centrado no homem e inteligência artificial trabalhando em conjunto para aprimorar o desempenho cognitivo.