Cibersegurança no Brasil cresce com pandemia e apoio da alta gestão, apontam especialistas

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De acordo com um recente estudo realizado pela NordVPN, o Brasil subiu uma posição no ranking global de conhecimento sobre cibersegurança e privacidade na internet. Tal reconhecimento demonstra a evolução desse mercado no país e como as empresas buscam cada vez mais se aprimorar nesse quesito.

Em entrevista à TI Inside, Alexandre Murakami, diretor da Unidade de Negócios de Segurança Latam da Logicalis, e Tonimar Dal Aba, gerente técnico da ManageEngine, falaram sobre as mudanças que impulsionaram o setor nos últimos anos.

Murakami exaltou as diferentes abordagens no mercado em comparação a 20 anos atrás, quando a preocupação era predominantemente com o perímetro de segurança, focando em infraestrutura e conectividade. Com o tempo, essa abordagem mudou devido à dispersão das informações em dispositivos móveis e na nuvem, o que exigiu uma adaptação nas estratégias de segurança.

Murakami explica que a cibersegurança deixou de ser vista apenas como um custo operacional e passou a ser considerada uma estratégia central para as empresas. "Hoje, o foco está na proteção de dados e aplicações, além de garantir a observabilidade de incidentes, áreas que nem existiam anteriormente", afirmou.

O executivo também comentou sobre o aumento da terceirização de segurança, com o modelo de serviços gerenciados (MSS) e centros de operações de segurança (SOC) se tornando cada vez mais comuns, devido à complexidade crescente e à escassez de profissionais qualificados no setor.

A importância da pandemia para a maturidade das empresas

Segundo Dal Aba, o mercado de segurança cibernética apresentou uma rápida evolução, especialmente impulsionada pela pandemia. Antes da crise sanitária, a preocupação das empresas era com a performance operacional. No entanto, com a migração repentina para o trabalho remoto, surgiram inúmeras brechas de segurança, levando muitas organizações a reconhecerem que não estavam preparadas para esse novo cenário.

O especialista observou que o uso de VPNs durante esse período expôs empresas a riscos, pois muitas não tinham maturidade para monitorar adequadamente o tráfego de rede e a utilização dessas ferramentas. Com isso, dispositivos compartilhados em casa abriram caminho para vulnerabilidades, como a instalação de malware, ressaltando que a pandemia foi um divisor de águas para a conscientização sobre segurança cibernética.

Assim, a cibersegurança tornou-se central nas discussões empresariais pós-pandemia, integrando-se diretamente às estratégias de performance. Atualmente, as empresas demonstram uma maturidade maior em relação à cibersegurança, relatou Dal Aba, que vê o mercado buscando por soluções mais robustas para evitar problemas que outras organizações já enfrentaram. Ele também destacou que muitas empresas estão investindo de forma preventiva.

Ele finalizou ressaltando a importância da alta gestão das empresas, como os CEOs e diretores executivos, em apoiar as iniciativas de segurança cibernética. Hoje, segundo Tonimar, a segurança cibernética não é apenas uma questão técnica, mas uma prioridade estratégica que pode impactar diretamente a reputação e as receitas das empresas, especialmente em setores sensíveis como saúde e bancos.

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