Com um mundo cada vez mais globalizado e digitalizado, o setor de tecnologia vem ganhando ainda mais destaque no Brasil e no mundo, e está sendo protagonista na transformação de diversos segmentos. Sem dúvidas, a inovação é um grande diferencial para que as empresas de qualquer setor obtenham o sucesso continuamente; portanto, estar atento aos movimentos do mercado e às novas tendências é fundamental para seguir crescendo. No início deste mês, tive a oportunidade de acompanhar o Web Summit Lisboa, maior conferência de tecnologia, negócios e inovação da Europa. Durante o evento, tive acesso a conteúdos de grandes profissionais do mercado internacional e observei alguns assuntos que devem se fortalecer nos próximos anos. Neste artigo, quero destacar três deles: a relação de empresas com a geração Z e também sua presença no mercado de trabalho, a web 3.0 e tecnologias high-tech.
Foco na Geração Z
A Geração Z é formada por pessoas que nasceram entre 1995 e 2012. São consideradas nativos digitais, pois já cresceram com acesso à internet e smartphones. Entender os hábitos de consumo e o propósito dessas pessoas é fundamental, e percebo que muitas empresas, principalmente startups, já estão olhando para elas. É uma geração diferente e é preciso saber o que eles querem, para, assim, poder conquistá-los – tanto como consumidores quanto como colaboradores, pois são elas que estão chegando nas empresas. É indiscutível que manter o engajamento dos times e atrair talentos são preocupações cada vez mais frequentes dentro das organizações, e a Geração Z, com suas características muito peculiares, demanda atenção nesse sentido.
Investimento em Web 3.0
O movimento de descentralização está muito acentuado no mercado de tecnologia, com a quebra do monopólio das big techs e o surgimento de negócios a partir da tecnologia de Web 3.0, onde o propósito é o principal foco da empresa e é uma questão que deve ser muito explorada. Um exemplo é a popularização das criptomoedas, que, apesar de estarem em baixa neste momento, foram desenvolvidas a partir do conceito de descentralização, não dependendo de bancos centrais ou instituições financeiras para movimentar uma grande quantidade de dinheiro no mundo todo. Ao meu ver, até o momento, uma das grandes contribuições das criptos foi a tecnologia do Blockchain, que tem sido utilizada para resolver problemas de outras indústrias que buscam manter um track confiável de dados de maneira descentralizada.
Outro conceito que merece atenção dentro do tema Web 3.0 é o metaverso, grande assunto do momento. Conectando os mundos real e digital, tem se tornado foco de empresas que procuram oferecer novas experiências digitais para atrair consumidores, como Facebook, Nike, McDonald's, Ralph Lauren, Itaú, Vans, Gucci, entre outras.
Tecnologias High-tech
Outro ponto a destacar é o uso de tecnologias high-tech para produtos e soluções para o mercado. Podemos observar que muitas startups já nascem do data driven e já tem algum modelo de machine learning atuando. Acredito que a utilização do data driven deve ser cada vez mais frequente para a criação de novas startups de sucesso, principalmente em tecnologias voltadas ao Blockchain. Outra questão que deve ser explorada ao longo dos próximos anos é a computação quântica, que tem um potencial para romper fronteiras em comparação à tradicional computação binária. Essa é uma questão ainda pouco explorada pelas empresas, mas já há pesquisas avançadas na área e pode gerar grandes impactos no nosso futuro.
Ao longo do evento, pude observar grandes movimentações e tendências em inovação e tecnologia que devem transformar o mercado nos próximos anos. Esses três pontos destacados serão fundamentais para as empresas no futuro, mas, como líderes e profissionais de tecnologia, precisamos estar sempre antenados para entender as movimentações que vão impactar os mercados e direcionar nossos investimentos para temas pertinentes e que trarão sucesso para a empresa.
Gediel Luchetta, VP of Engineering at ilegra.
