Gastos com TI na AL devem alcançar R$ 48,6 bi neste ano, aponta IDC

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Os gastos das empresas com tecnologia da informação (TI) na América Latina devem alcançar R$ 48,6 bilhões neste ano, o que equivale a um crescimento de 12,6% em relação a 2007, maior que o projetado para as demais regiões do mundo. A previsão faz parte de estudo realizado pela consultoria IDC América Latina, o qual avalia que, apesar da espera desaceleração da economia norte-americana, o cenário para o setor na região é bastante positivo.

?Neste ano, os fornecedores globais de tecnologia voltarão as atenções para os mercados emergentes, como alternativa a redução de gastos com TI prevista nos países desenvolvidos. E o crescimento da América Latina deve ficar bem acima dos Estados Unidos, estimado em 5,5%, e da Europa Ocidental, previsto em 5,9%?, Ricardo Villate, vice-presidente de investigação e consultoria para a América Latina da IDC.

A IDC definiu 2007 como um ano de profundas transformações dos mercados de TI e telecomunicações. ?Vimos os mercados de tecnologia da América Latina desenvolverem-se rapidamente durante o ano. Para 2008, a previsão é que as tecnologias inovadoras continuarão influenciando o mercado regional. Além disso, elas criam mercados maduros e sustentáveis?, afirma Villate.

IDC América Latina identifica como alguns impulsionadores do mercado neste ano a convergência cada vez maior das tecnologias de comunicações, a oferta de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês), o surgimento da virtualização 2.0 e os novos desafios para o mercado de offshore.

Baseada nos estudos e pequisas realizados por mais de cem analista da empresa na região, a IDC prevê que o mercado latino-americano de TI e telecomunicações em 2008 resistirá a desaceleração econômica global, com um crescimento saudável, em decorrência da demanda e dos quatros anos de expansão regional. Segundo a empresa, a necessidade dos fabricantes internacionais em buscar crescer nas economias emergentes, beneficiará os consumidores, os governos e as corporações, com ofertas de preços mais baixos.

De acordo com instituto de pesquisas, o aumento dos gastos dos usuários em todos os tipos de tecnologias em 2007 deve ter um efeito combinado no uso e no procedimento de compra de tecnologia, com a aquisição pelo usuário de múltiplas tecnologias simultaneamente. Ainda de acordo com o estudo, a liberdade maior que os usuários terão para escolher seus provedores de serviços, com a entreda em vigor da portabilidade numérica em muitos países da região, a intensificação da substituição dos serviços de acesso discado por banda larga e as comunicações unificadas, trará um impacto significativo na oferta e na demanda, o que fará com que muitos deles se sintam pressionados a gregar mais valor aos serviços que oferecern.

Em 2008, a IDC avalia que o mercado latino-americano irá experimentar, também, o crescimento do trabalho móvel ou virtual, em que os funcionários passarão cada vez mais a executar suas tarefas fora do escritório da empresa, apesar de resistência dos diretores e gerentes.

Segundo o estudo, o ano será marcado, ainda, por uma grande mudança no modelo de comercialização de software pelos grandes fabricantes e por muitas oportunidades para os fornecedores independentes de software (ISVs) locais com o fim da infância da venda de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês). No ano passado, grandes fabricantes como Oracle, Microsoft e SAP anunciaram sua primeiras incursões no conceito de SaaS com aplicativos de CRM, mas não adotaram essa modalidade de venda na América Latina.

Por outro lado, a IDC diz que os ISVs locais têm demonstrado interesse nessa forma de oferta de software, que em muitos casos tem sido impulsionada pelo cenário regulatório em alguns países da região, como, por exemplo, a adoção da nota fiscal eletrônica e da declaração do imposto de renda pela internet. Esses ISVs estão driblando os obstáculos técnicos e comerciais do modelo SaaS com uma proposta concreta de valor e preços baixos escalonados na venda de software. Dois exemplos são as mexicanas Tralix e Edicom que, embora pequenas, obtiveram um crescimento expressivo das receitas no ano passado.

A IDC acredita que esses exemplos se multiplicarão durante 2008 na América Latina, inclusive com a adoção dos grandes fornecedores. A empresa prevê que o modelo SaaS irá adquirir massa crítica neste ano e movimentar US$ 193 milhões, o que representará um crescimento de 43% na comparação com 2007.

O estudo mostra, ainda, que uma nova geração de soluções de código aberto surgirão no mercado, e não baseadas apenas em Linux. A IDC considera que a adoção de software de código aberto, em suas múltiplas variantes, é um tendênci inevitável. Os fornecedores de software aberto devem se especializar cada vez mais e passar a oferecer melhor suporte para soluções específicas. Além disso, em 2008 o mercado deve marcar o surgimento de soluções de serviço de código aberto, mas além do sistema operacional.

A IDC considera que, neste ano, as principais organizações da América Latina farão uma mudança estratégica de direção em termos de um novo paradigma de segurança, baseado menos em questões técnicas e mais voltado às atividades de negócios. Além disso, prevê que os softwares de gerenciamento de processos de negócio (BPM) se constituirão em um dos mercados de mais rápido crescimento em 2008. Segundo a empresa, o segmento de BPM na região movimentará US$ 87 milhões, o que representará um crescimento de 71% na comparação com 2007.

O instituto de pesquisas avalia, também, que a evolução dinâmica da TI levará à virtualização 2.0 e transformará o hardware em serviços. O volume de informações e conteúdos continuará crescendo a taxas aceleradas na América Latina. As aplicações exigirão maior capacidade de armazenamento para que os dados estejam disponíveis, independentemente de onde estejam guardados fisicamente. O mesmo ocorrerá com os servidores, com o desenvolvimento de soluções para apoiar novos processos como o gerenciamento de storage em pool, migração automática de dados e monitoração de execução de aplicações.

Por fim, a IDC prevê que o efeito dominó do causado difusão dos serviços off-shoring criará uma segunda onda de crescimento do BPO (Business Process Outsourcing). No ano passado, foram criados milhares de postos de trabalho em países como Colombia, Argentina, Chile, Costa Rica, Brasil e México para atender as operações de off-shoring de provedores de serviçoes como Accenture, EDS, IBM e outros. E os fornecedores de serviços locais e internacionais devem melhorar suas ofertas de serviços gerais neste ano, desde centros de chamados mais sofisticados ao desenvolvimento de software sob medida.

Com isso, a empresa espera que aumentem também os serviços no modelo BPO para atendimento ao cliente, compras, finanças, contabilidade e recursos humanos, movimentando US$ 2,5 bilhões.

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