Sem conseguir fazer frente ao rival Google no mercado de publicidade online e enfrentando a concorrência feroz de redes sociais como o MySpace e Facebook, o Yahoo deve anunciar nas próximas semanas a demissão de grande parte dos 14 mil funcionários que tem espalhados pelo mundo, num esforço para aumentar a sua rentabilidade, estancar a queda do preço de suas ações e reduzir o foco do portal na internet para um menor número de áreas cruciais.
O número total final de demissões ainda não determinado, mas é provável que seja anunciado no fim do mês, durante a conferência com analistas em 29 de janeiro, depois da divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre.
A empresa tem se recusado a comentar sobre qualquer plano de demissões. Em e-mail enviado ao jornal The New York Times, a porta-voz da empresa, Diana Wong, disse apenas que o ?Yahoo tem planos de investir em algumas áreas, reduzir ênfase em outras e eliminar algumas áreas de negócio que não são compatíveis com as prioridades da empresa?. ?O Yahoo continua a atrair e contratar talentos para criar valor no longo prazo para os acionistas", diz ela no e-mail.
No fim de semana, alguns blogs disseram, no entanto, ter obtido a informação de fontes próximas à empresas de que os cortes devem ficar entre 10% e 20% do quadro total de funcionários. A empresa quer iniciar 2008 com o mesmo número de funcionários do início de 2007 e tentar recuperar rentabilidade frente ao Google, que hoje é dono de 32% da receita de publicidade na internet em nível mundial, ante os 20% que detém nesse mercado.
Segundo essas mesmas fontes, os executivos da empresa ainda estão tentando determinar exatamente em quais áreas serão feitos os cortes. Uma delas disse que um plano final, ou talvez alguns planos alternativos, seria apresentado ao conselho de administração em uma próxima reunião. E adiantou que o número final de demissões pode ser influenciado pelo desempenho do Yahoo no trimestre.
Para os analistas, as demissões podem ser parte da estratégia esboçada nos últimos meses por Jerry Yang, co-fundador da companhia, que foi reconduzido ao cargo de CEO em junho do ano passado, em meio à crescente insatisfação dos acionistas. Ele havia solicitado o prazo de 100 dias para a revisão estratégica, mas as grandes mudanças do quadro de dificuldades por que passa a empresa não têm sido nada animadoras.
Em outubro, após o vencimento do prazo, Yang disse que as modificações no Yahoo iriam incidir sobre três aspectos: tornar-se um "ponto de partida" para a maioria dos usuários da internet, estender suas ofertas publicitárias para sites na web e abrir a sua infra-estrutura tecnológica para programadores e editores. Mas agora, ao que tudo indica, deve lançar mão também dos cortes de funcionários.
No Brasil o grupo vem intensificando a presença no mercado da banda larga móvel, seguindo estratégia mundial. Para isso fechou parceria com a Claro e a Vivo para sistemas de busca e notícias pelo celular, com o propósito de aumentar receita na publicidade móvel.