A Softline, companhia de serviços e soluções de TI de origem russa, assinou um acordo definitivo para aquisição da Compusoftware Solutions & Reseller, que pertencia ao grupo GlobalWeb, uma das principais empresas brasileiras de licenciamento de software Microsoft para o mercado corporativo e de serviços. Os termos financeiros do negócio não foram revelados.
Para o ano fiscal de 2015/2016, a expectativa é que as operação conjunta das empresas atinja faturamento de mais de US$ 150 milhões, sendo US$ 90 milhões nos países da América Latina (México, Argentina, Costa Rica, Colômbia, Peru, Venezuela e Chile) e US$ 60 milhões no Brasil.
José Azevedo, ex-CEO da Compusoftware e atual CEO da Softline Brasil, explica que sua missão era preparar a oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Globalweb no ano passado, mas com a indefinição econômica o plano não foi adiante.
Em 2014, a Globalweb faturou cerca de R$ 500 milhões, o que representa cerca de 40% da receita do grupo. Em julho do ano passado começaram as conversações com a Softline, que culminaram na aquisição de 100% da empresa, anunciada nesta quinta-feira, 21, em São Paulo.
"A aquisição posiciona o Brasil como o principal mercado da Softline na América Latina, com mais do dobro do faturamento do segundo colocado, a Argentina", explica Gustavo Capart, diretor de vendas, marketing e serviços para América Latina da Softline.
A Softline é uma multinacional russa, com 22 anos de atuação em 27 países e 2,8 mil funcionários. Além da operação na Rússia, ela atua nos países da antiga União Soviética, nos quais representa cerca de 3 mil marcas de produtos voltados para pequenas e médias empresas. A operação internacional, que teve início em 2009, envolve os países da região América Latina (de onde provem 90% a receita da operação), Índia, além da Europa, Oriente Médio e África (EMEA, na sigla em inglês) e da Ásia-Pacífico.
A empresa é apontada pela CNews Analytics como uma das quatro maiores empresas russas de TI. Capart explica que a Softline é também uma das seis empresas do mundo na categoria de LSP Global (License Solution Provider) da Microsoft, o que lhe dá maior competitividade em relação a preços praticados no mercado.
Uma das apostas da empresa é o acordo fechado com a Huawei para vender hardware ao mercado corporativo, que deve ser a segunda marca em termos de receitas, depois da Microsoft. Ela também trabalha com Autodesk, Adobe e Symantec. "A aquisição permitirá uma expansão expressiva de nossos negócios no mundo Microsoft, uma especialidade da Compusoftware, que nos últimos três anos duplicou seu faturamento e recebeu diversas premiações nessa plataforma. Esse movimento nos coloca ainda mais perto de nosso principal objetivo que é nos tornarmos uma 'blue chip' para aqueles que investem nos BRICS", afirma Igor Borovikov, fundador e chairman do Softline Group.
O grupo, que fatura US$ 700 milhões globalmente, traçou um plano de três a cinco anos, para atingir US$ 1 bilhão e assim realizar um IPO. Daí o investimento na América Latina para alavancar esse crescimento. Para isso, o grupo está levantando recursos com um grupo de investidores europeus.
Segundo ex-CEO da Compusoftware, em uma época de crise política e econômica, que se reflete na alta do dólar e na instabilidade do mercado, os empresários brasileiros buscam parceiros internacionais para sustentar o crescimento local. "Nosso time está pronto para ingressar na família Softline e consolidar a posição de liderança no mercado brasileiro e em outros países da América Latina. Ao unir a qualidade técnica global com um atendimento diferenciado, estamos criando uma empresa pronta para alcançar a ponta."
A Compusoftware foi criada em 1992 e incorporada em 2011 pela Globalweb Corp. A empresa oferece opções de licenciamento Microsoft na nuvem para empresas de todos os portes, e hoje possui mais de 600 clientes.