Em um cenário de rápidas transformações no setor financeiro, a regulamentação do Banking as a Service (BaaS) e a ascensão do Open Finance aparecem como pilares fundamentais para o futuro do mercado no Brasil. Em entrevista à TI Inside, Danilo Porto, sócio da QI Tech, pontuou 4 questões que devem dominar o cenário em 2025.
De acordo com o executivo, a regulamentação do BaaS está sendo estruturada para oferecer maior segurança, eficiência e transparência nas operações financeiras. Segundo ele, a adesão ao Open Finance deve ganhar força com novos produtos do Pix e melhorias na experiência do usuário. Além disso, ressaltou a importância de mecanismos antifraude baseados em inteligência artificial e aprendizado de máquina, que prometem transformar a segurança digital. Confira:
1) Regulamentação e Banking as a Service
Essa iniciativa visa proporcionar maior segurança, eficiência e transparência às operações financeiras realizadas por meio de parcerias entre instituições financeiras e empresas de outros setores. A proposta abrange definições sobre os envolvidos no processo, responsabilidades das partes, escopo dos serviços prestados e requisitos para contratação. A implementação dessas regulamentações está prevista para 2025, com o objetivo de mitigar riscos para os clientes e contribuir para a estabilidade e eficiência do sistema financeiro.
Para se adaptarem às novas regulamentações do BaaS, empresas e fintechs devem revisar contratos e operações, assegurando que os contratos existentes estejam alinhados com as novas exigências de transparência e segurança, além de desenvolver mecanismos eficazes de controle de qualidade e gestão de riscos para atender aos padrões regulatórios.
Em paralelo, será necessário também revisar as soluções tecnológicas utilizadas pelas empresas, seja revisando estas ou adotando novas tecnologias para garantir a segurança e a eficiência das operações financeiras.
2) Ascensão do Open Finance
A adesão ao Open Finance em 2025 será impulsionada por produtos de pagamentos via Pix que serão lançados para o público. Esses produtos são o Pix Automático e o Pix por Aproximação. O primeiro, irá permitir que o vendedor solicite ao cliente o cadastro de um pagamento recorrente, com valor fixo, para atuar como uma alternativa ao débito automático, que é comumente utilizado em contas de água, luz etc. Já o Pix por aproximação irá trazer mais um mecanismo para agilizar os pagamentos, transformando o pagamento em uma experiência similar ao que temos hoje nos cartões de crédito e débito nas wallets virtuais.
Juntamente com as novas tecnologias no universo do Pix, o Open Finance também contará com uma melhoria na jornada do usuário. Atualmente, para que uma pessoa permita que seus dados sejam compartilhados no Open Finance ou para que ela realize um pagamento via Pix no Open Finance, a sua jornada faz com que ela tenha que trafegar no aplicativo dos dois bancos envolvidos no fluxo: o que está solicitando pagamento/dados e o banco que o usuário possui sua conta. Uma nova modalidade, batizada de JSR (Jornada sem Redirecionamento), irá permitir a construção de uma jornada em que o usuário final não precisa ficar alternando entre bancos.
3) Mecanismos antifraude
Em 2025, as tecnologias de combate a fraudes que irão se destacar incluem a inteligência artificial (IA), o Machine Learning (ML) e a autenticação biométrica. Essas ferramentas ajudam na detecção de atividades fraudulentas ao analisar grandes volumes de dados e identificar padrões anômalos em tempo real. A IA e o ML se destacam por sua capacidade de aprender com os dados, ajustando-se continuamente às novas técnicas de fraude e melhorando a precisão das detecções. A autenticação biométrica, por sua vez, garante maior segurança nas transações e no acesso a sistemas, dificultando a fraude, especialmente em dispositivos móveis e plataformas digitais. Além disso, o uso de blockchain também está em ascensão, pois oferece um registro transparente e imutável das transações, o que dificulta a manipulação de dados.
A inteligência artificial e o aprendizado de máquina estão transformando a detecção e prevenção de fraudes ao permitir a análise em tempo real de comportamentos e padrões. Isso possibilita uma resposta imediata às tentativas de fraude, minimizando os danos antes que se concretizem. Essas tecnologias também ajudam a reduzir os falsos positivos, o que aumenta a eficiência das operações e melhora a experiência do cliente.
4) Inovação e competitividade
Todos os setores da economia se beneficiarão das tendências tecnológicas, em especial os serviços financeiros. O setor financeiro se beneficiará da personalização de produtos e serviços, o que ampliará a inclusão de novos clientes e mercados.
A inovação aberta e as parcerias estratégicas terão um papel crucial no crescimento das fintechs, pois possibilita o acesso a novas tecnologias sem a necessidade de desenvolver tudo internamente. Isso também permitirá ampliar a base de clientes das fintechs, especialmente quando firmarem parcerias com empresas tradicionais, que já possuem uma base consolidada no mercado. Além disso, a colaboração entre diferentes players do mercado ajudará a acelerar a inovação e a criação de novos produtos e serviços.
