O ataque hacker ao site das Lojas Americanas chamou atenção de todos nós, pelo porte da companhia alvo dos criminosos, mas, infelizmente, não foi uma exceção. Em dezembro, uma imensidão de dados (medida em terabytes) foi excluída do site do Ministério da Saúde. Foi afetada a Rede Nacional de Dados em Saúde.
Os avanços tecnológicos das últimas décadas mudaram para melhor as relações sociais, a economia, a medicina e outras áreas do conhecimento. As ouvidorias, por exemplo, conseguiram funcionar muito bem durante os meses de distanciamento social, provocado pela pandemia de coronavírus, em função das ferramentas tecnológicas.
Mas esses ataques, que se assemelham aos atos de pirataria naval do passado, causam grande preocupação em todos nós. Ainda bem que entrou em vigor, em 2020, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), e em agosto de 2021 foram publicados os nomes dos integrantes da Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD), do qual a Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman (ABO Nacional), tem a honra de participar, como suplente.
A CNPD terá grandes desafios pela frente. Uma de suas funções é sugerir ações a serem realizadas pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD). Nesse contexto, haverá muitas discussões sobre formas de evitar que hackers derrubem sites públicos e privados, avançando sobre bases de dados de cidadãos e consumidores.
Mas esse não será um debate exclusivo da ANPD e CNPD. Todos nós devemos estar atentos a esses riscos, e cobrar ações que resguardem o sigilo de nossos dados pessoais. As ouvidorias, por sua vez, estão ao lado das pessoas que se sentirem ameaçadas nas relações de consumo, pela inadequada proteção de seus documentos e registros.
Essa é uma luta de toda a sociedade brasileira.
Adriana Alvim, presidente da Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman – ABO Nacional.
