O Brasil terá de investir pesado em capacitação profissional para se destacar no mercado de offhore, e além de falar bem o idioma o inglês, os profissionais de TI precisarão ter visão de negócios. Esta questão foi um dos temas levantados pelos participantes do seminário ?Outsourcing ? As Oportunidades e Experiências?, realizado nesta quarta-feira, dia 22, em São Paulo, pela revista TI Inside e Converge Eventos.
?Não temos profissionais na quantidade e qualidade exigida pelo novo cenário do mercado mundial de serviços?, disse Descartes de Souza Teixeira, diretor da Softex.
Ele ilustra essa deficiência com uma pesquisa da Forrester Research sobre o aproveitamento dos profissionais de TI no mercado. De acordo com o estudo, 80% dos profissionais que saem das universidades americanas são aproveitados pelas empresas. Na Alemanha e Inglaterra esse índice cai para 50%. Na Malásia para 30%, na Índia para 27% e no Brasil para 13%.
Outros países estão investindo pesado na formação de mão-de-obra qualificada em TI como diferencial competitivo na hora de disputar projetos de outsourcing. É o caso da China, Índia e Rússia. São países que oferecem profissionais com domínio do idioma inglês.
Teixeira diz que o mercado internacional de serviços está pedindo engenheiros de software, que fale bem inglês, domine as tecnologias e tenha visão de negócio. O movimento é semelhante ao que aconteceu com os CIOs, que tiveram que se tornar também estrategistas.
As empresas compradoras de serviços querem ter uma relação mais sólida com o fornecedor de solução, que precisa conhecer profundamente os seus negócios, para saber como a tecnologia vai trazer redução de custos. Com essa exigência, o diretor da Softex diz que os cursos de engenharia de sistemas terão de rever currículos.