Modelo de aprendizagem phygital revoluciona mercado de treinamento e desenvolvimento de profissionais

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A sociedade tem mudado diversos dos seus hábitos, pensamentos e comportamentos nos últimos anos. A maior dessas alterações, sem dúvidas, foi a relação entre as pessoas e a internet, que se tornou mais necessária e acelerada. Isso porque, os consumidores, que antes tinham receio de fazer cursos ou compras online, se depararam com os ambientes digitais sendo, muitas vezes, os únicos meios para isso. Não à toa, hoje vemos a adaptação da característica virtual ao dia a dia "presencial", principalmente no que se refere ao cenário corporativo.

O novo termo para esse processo é o phygital (fusão entre a palavra "físico", em inglês, com o "digital"). O conceito passou a ser incorporado aos negócios de muitas marcas e empresas, que perceberam o verdadeiro potencial da abordagem. E quando essa jornada é implementada com eficiência, as companhias conseguem oferecer soluções que expandem a experiência de compra e de interação com clientes, alavancando o seu crescimento no mercado.

No segmento de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), ações de aprendizagem dessa categoria se mostram mais do que necessárias, principalmente se olharmos para um recente relatório produzido pelo FEM (Fórum Econômico Mundial), que revela que 55,4% dos empregadores dizem identificar lacunas de competências nos profissionais das suas áreas. Devido a essa falha, os líderes em questão reforçam que há uma dificuldade na implementação de novas tecnologias e na construção prática de ideias inovadoras. 

Esse problema acontece porque muitas empresas ainda insistem em usar soluções de educação corporativa pouco inovadoras, mesmo em uma realidade em que as pessoas, em geral, já estão em contato com experiências muito mais ricas e interessantes nas suas rotinas por conta da digitalização de processos. E é aqui que a solução phygital pode mudar esse cenário ao promover mais engajamento entre os colaboradores com métodos imersivos, interativos, dinâmicos e eficazes.

Mas para quem acha que é preciso se desdobrar com rios de dinheiro para colocar em prática ações desse tipo, não é bem assim. Em suma, o maior pré-requisito para possibilitar bons formatos de T&D que engajem os times é o planejamento estratégico. Se as lideranças pensarem em alternativas a partir do conhecimento profundo sobre o público e suas reais demandas, dificuldades e anseios, é plenamente viável criar atividades que atraiam de verdade as equipes e não se endividar.

Ou seja, com dados concretos sobre as pessoas que estão na marca, as empresas podem combinar design criativo e customer experience para ampliar a sua visão da realidade, tornando as experiências mais acessíveis e assertivas. Agindo sobre problemas reais, as oportunidades de aprimoramento não são desperdiçadas e os gaps dos colaboradores são visualizados com clareza, sem que jornadas inteiras de desenvolvimento sejam produzidas repletas de incertezas sobre o seu valor.

Na Building 8, por exemplo, utilizamos a metodologia proprietária dos 8C´s para produzir essas estratégias: contexto, conteúdo, captação, colaboração, comunicação, consistência, competência e conexão. Desse modo, mais do que fazer investimentos em recursos propriamente ditos, procuramos por meio de cada uma dessas palavras desenvolver experiências de aprendizagem que promovam uma maior interação entre gestores, colaboradores, tecnologias e objetos educacionais, o que, em teoria, é a verdadeira fonte para o engajamento nas instituições. 

Portanto, uma ação phygital no segmento de T&D não se trata apenas de trazer mais ferramentas tecnológicas e investimentos financeiros para as soluções de educação corporativa de uma organização, mas sim compor uma mentalidade sistêmica e moderna para engajar os verdadeiros protagonistas das marcas: os colaboradores. Com essa proposta, a tendência para o mercado é a de acabar com dores relacionadas às competências e à motivação dos times, fazendo com que os seus integrantes queiram participar das iniciativas e, consequentemente, passem a aplicar mais as habilidades aprendidas na vida real ou no ambiente de trabalho com seus clientes, causando uma evolução tanto nos negócios da companhia, quanto dos indivíduos que fazem parte dela.

Mônica Garcia, diretora de estratégias e experiências de aprendizagem e sócia da Building 8.

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