Consolidar padrões de construção da internet e ampliar o acesso, especialmente no terceiro mundo, através de celulares, são algumas das prioridades no desenvolvimento da rede, defendeu Tim Berners-Lee, considerado o inventor da web por ter desenhado há 20 anos a primeira versão do html (linguagem base de criação de sites). A observação foi feita nesta quarta-feira, 22, durante o discurso de abertura do 18º Congresso Internacional WWW2009, que acontece em Madri, na Espanha.
Num cenário de avanços constantes em hardware e software, Lee insistiu na necessidade de "consolidar o esforço de desenvolvimento de padrões" no desenvolvimento da internet, especialmente no que diz respeito a documentos e comunidades on-line. Entre os destaques na palestra de Lee esteve a questão da web móvel e a crescente interação entre os usuários, recorrendo a instrumentos e métodos cada vez mais portáteis.
Paralelamente, ele insistiu na necessidade de responder às preocupações sociais em torno da utilização da rede, como em questões de privacidade, garantindo que a informação é disponibilizada sempre "em contexto". Lee desafiou todos os cientistas da web a centrarem os seus esforços na construção de uma plataforma cada vez mais sólida, evitando "presumir como vai ser usada", mas procurando capitalizar nos avanços em curso. Ele defendeu ainda as redes sociais abertas, que melhorem as possibilidades de colaboração entre os usuários.
Segundo Lee, outra prioridade é ampliar o acesso mundial à internet, uma vez que apenas 20% da população mundial a utiliza, sendo que nos países mais pobres o primeiro contato pode surgir pelo celular, mais barato do que um computador. "Por isso é imprescindível tornar a rede mais acessível para esses dispositivos, garantindo que o acesso não dependa de acordos comerciais", frisou Lee, que defendeu também que os layouts dos sites sejam "moduláveis" e onde se procure um crescente diálogo entre as várias linguagens de programação. "Precisamos de que a internet seja mais colaborativa e menos estática", finalizou. Com informações da Agência Lusa.
- Necessidade de padrões
