Apesar de ter anunciado no início deste mês um plano de reestruturação que inclui a demissão de 300 empregados e de que vai colocar à venda a sua divisão de ferramentas de colaboração, a Borland Software garantiu que dentro de até 90 dias deve concluir o processo de divisão das suas linhas IDE (Integrated Development Environment) e ALM (Application Lifecycle Management).
Em visita ao Brasil na semana passada, Matthew Thompson, vice-presidente global de vendas da empresa, explicou as estratégias e o posicionamento da companhia para o mercado brasileiro. Na oportunidade, os executivos da Borland ressaltaram que os seus profissionais responsáveis pelas ferramentas de desenvolvimento estarão na nova companhia, ainda sem nome definido. Ele disse que David I, vice-presidente de relacionamento com desenvolvedores, está à frente das negociações e comprometido com a evolução do Delphi e das demais ferramentas de IDE.
?Neste ano, já foram disponibilizadas duas atualizações do Delphi 2006 e o roadmap (cronograma de versões) do principal IDE da Borland está garantido. Nosso grupo de desenvolvedores de ferramentas está direcionando seus esforços para atingir esse objetivo?, assegura José Eugênio Braga, diretor comercial e de marketing da Borland no Brasil.
O executivo completa dizendo que a comunidade mundial de usuários de Delphi já ultrapassa os 2 milhões de desenvolvedores. ?A Borland está certa de que esse público será mais bem atendido e representado com a criação da nova empresa?, argumenta. Somente no Brasil, a ferramenta é utilizada em cursos de tecnologia de mais de 200 universidades.
No Brasil, o presidente local da Borland, José Rubens Tocci, afirma que manterá a comercialização dos IDEs dentro de seus pacotes ALM para o mercado corporativo. ?É natural direcionarmos nossos esforços em modelos distintos de negócios para oferecer um melhor atendimento aos dois públicos. Para tanto, são necessárias estruturas operacionais e de marketing diferentes, que atuem de maneira estratégica e focada?, diz o executivo.
A Borland já havia anunciado em fevereiro deste ano a busca por investidores externos para a linha de soluções IDE (Delphi, C++Builder e C#Builder) e JBuilder, já que o mercado que atende os desenvolvedores individuais de software se difere dos clientes corporativos que demandam ALM.
Para o VP global de vendas da Borland, a divisão da empresa se tornou necessária graças ao crescimento dos negócios de produtos e serviços de gerenciamento do ciclo completo de desenvolvimento de aplicações (Application Lifecycle Management-ALM), após as últimas aquisições realizadas pela empresa. Thompson acredita que esta é uma oportunidade ímpar para o aumento do market share da companhia no Brasil e estima contratações para as equipes técnicas.
A venda direta dos produtos Delphi, Jbuilder e C++ para os desenvolvedores individuais de software será responsabilidade da nova companhia, que terá seu nome revelado em até três meses.