As empresas brasileiras de TI terão de reformular seus modelos de negócio para se adequarem ao novo cenário marcado pela crise econômica mundial. E a principal medida para gerar maior volume de negócios em meio a uma economia recessiva será redução das margens de lucros. A avaliação é do diretor geral IDC Brasil, Mauro Peres, para quem esse fato marca uma grande mudança para as empresas brasileiras.
"As margens de lucro das empresas brasileiras eram uma das maiores do mundo, mas com a crise elas estão reduzindo, o que altera a maneira de gerir os negócios", afirma.
Segundo o analista, essa mudança, no entanto, deve ser vista como um ponto positivo para a competição no mercado, ao menos no que diz respeito a questão do offshore outsourcing. "Com margens menores, as empresas brasileiras se tornam mais competitivas no mercado internacional", comenta Peres.
Ele diz que o saldo geral da crise será positivo para o mercado brasileiro de TI, principalmente para as empresas de outsourcing. De acordo com o analista, o Brasil ganha força no mercado internacional e passa a ser uma alternativa à Índia para algumas aplicações de outsourcing.
Não opinião dele, o país não tem condições de concorrer em preço com os indianos em todos os segmentos, mas ressalta o diferencial da qualidade da mão-de-obra e estrutura de TI brasileira. Peres revela que muitas empresas internacionais não querem ter todos os contratos de outsourcing em um só lugar e já não confiam tanto na Índia, após os escândalos envolvendo a Satyam Computer Service.
"Para algumas aplicações, o Brasil será uma importante alternativa à Índia em offshore outsourcing. É uma oportunidade para as empresas brasileiras, que terão de diminuir as margens para conquistar contratos interessantes", analisa Peres.
O analista acha que é uma oportunidade para as empresas brasileiras buscarem a expansão no exterior e marcarem o nome do país no cenário internacional de TI.
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