A disseminação de notícias falsas na internet tem se tornado uma prática cada vez mais comum no Brasil. Segundo dados do Relatório de Segurança Digital, produzido pelo dfndr lab, laboratório da PSafe especializado em cibercrime, mais de 2,9 milhões de acessos a fake news foram impedidos, entre janeiro e março deste ano, apenas pelo sistema de segurança dfndr. No entanto, a estimativa do laboratório é que o número de pessoas impactadas por notícias falsas seja ainda maior: 8,8 milhões em todo o território brasileiro.
Na comparação com o quarto trimestre de 2017, o crescimento na disseminação de conteúdos falsos foi de quase 12%, sendo o WhatsApp o meio favorito para esta proliferação. Segundo o laboratório de segurança dfndr lab, 95,7% das Fake News tiveram o aplicativo de mensagens como disseminador.
Os dados do relatório apontam que três em cada quatro usuários que acessaram notícias falsas no 1º trimestre são das regiões Sudeste (47%) e Nordeste (28%) do País. Em seguida, vêm as regiões Norte (10%), Sul (8%) e Centro-Oeste (7%). Além disso, mais de 55% de todas as fake news bloqueadas estavam concentradas em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Perfil das Fake News
Uma característica marcante das fake news no Brasil é o apelo a temas populares. Entre as principais temáticas abordadas pelos cibercriminosos, destaque para notícias atreladas a temas de saúde, somando aproximadamente 41% dos artigos. Em seguida, aparecem política (38%) e celebridades (18%).
Além disso, os hackers adotam uma redação apelativa e até sensacionalista, com o objetivo de causar a indignação do leitor e, como reflexo, compartilhamento do dado com a finalidade de alerta. "O criminoso ataca uma das características mais comuns ao mundo digital, que é a socialização. Ao identificar uma notícia polêmica, muitas vezes o mecanismo de defesa do internauta é compartilhá-la, de forma a defender uma causa ou combate-la, sem se dar conta de que, na verdade, está contribuindo para que mais pessoas acreditem em algo que não é verídico", comenta Emilio Simoni.
De acordo com o dfndr lab, o ano de 2018 ainda poderá ser marcado por dois potenciais focos de Fake News: Copa do Mundo e eleições presidenciais. Veja o Relatório de Segurança Digital completo.