Maturidade em IA: um pilar essencial para o mundo fiscal e contábil

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Nos últimos meses, diversas empresas anunciaram investimentos massivos em transformação digital voltados para inteligência artificial (IA). A Coca-Cola, por exemplo, mencionou um investimento de 1,1 bilhão de dólares em parceria com a Microsoft para o desenvolvimento de IA. A relevância dessa modalidade de investimento marca presença nas projeções do Fórum Econômico Mundial, que em seu relatório de 2023 sobre o Futuro do Trabalho projeta uma mudança de aproximadamente 50% nas habilidades exigidas nos currículos e carreiras até 2027, com grande ênfase em habilidades analíticas e capacidade de manusear produtos de IA.

Isso não impacta apenas os profissionais de tecnologia. Para explorar os principais desafios e aprendizados para um ganho de maturidade em IA, é primordial modernizar as habilidades de todo o time de profissionais de uma empresa. Acha que estou exagerando? Então saiba que contadores e auditores estão na lista das dez principais carreiras vistas como alavancas para promover essa transformação nas empresas, aparecendo em 7º lugar nesse relatório.

Ao embarcarmos na jornada pelo mundo fiscal e contábil, no qual poucas empresas têm a tecnologia no cerne do negócio, questiona-se muito se a GenAI pode de fato ser eficiente para processar e administrar grandes volumes de dados. Cabe então destacar um estudo realizado pela Google e a Boston Consulting Group, que traz à tona que a maturidade em IA não está relacionada à maturidade em tecnologia, ou seja, a IA pode contribuir em todos os segmentos do mercado.

Baseado em fatores como uma cultura voltada para dados, investimento direcionado para dados, excelência no uso de dados, gestão de talentos e estar inserido num ecossistema robusto de fornecedores, esse estudo surpreende ao revelar que empresas do setor de marketing digital têm em média um nível de maturidade em IA mais elevado do que as empresas de tecnologia. E deixa claro que o caminho para fazer uma gestão de dados eficiente em áreas contábeis e fiscais é dar especial atenção a esses pilares  e, principalmente, contar com parceiros de negócio que supram a eventual lacuna de tecnologia que possa existir em cada empresa durante o desafio de implementar a GenIA.

Por outra perspectiva, o estudo feito pela McKinsey sintetiza o que todo diretor executivo deve fazer para decidir em quais situações vale a pena investir internamente e quando é mais indicado contratar um produto externo para aproveitar o melhor retorno econômico sobre a IA. Ele estima um potencial impacto econômico incremental de 15 a 40% baseado em casos novos de IA, e entre 35 e 70% de aumento na produtividade de casos pré-existentes. Isso nos convida a pensar: se existe mais potencial sobre casos pré-existentes, qual processo manual ou repetitivo eu poderia melhorar e liberar tempo por meio de IA?

Voltando para a esfera fiscal e contábil, a elaboração de resumos inteligentes e a classificação de textos são exemplos simples de tarefas que facilmente podem ser executadas por meio de IA, destinando a atividade humana para a revisão técnica e não o trabalho manual. Esta transformação não é linear e as empresas ainda precisam estabelecer um melhor equilíbrio entre as competências tecnológicas que já possuem e as competências emergentes em IA.

Em resumo, a intersecção dos dados do Fórum Econômico Mundial e dos estudos apresentados nos convida ao exercício de olhar atentamente para as áreas com maior potencial de crescimento em nossas empresas, por meio da busca de atividades que poderiam ser resolvidas com soluções ancoradas em IA e, dessa forma, aumentar a maturidade da sua empresa.

Marcus Araújo, head of Data & Principal Data Scientist na Arquivei.

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