De acordo com o Relatório Executivo do Plano Nacional de Logística 2025, a infraestrutura de transporte impacta diretamente na competitividade de um país. Entre 137 países avaliados, o Brasil ocupa a 65ª posição em qualidade de infraestrutura de transportes no Índice de Competitividade Global (2017-2018). Com uma pontuação de 3,7 (sendo 0 como muito ruim e 7 como muito bom), o País se posiciona abaixo de outros que pertencem ao grupo BRICS — formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Por meio desse relatório, é possível compreender como a falta de um planejamento sistêmico pode impactar no congestionamento de alguns recursos de transportes, à medida que outros são utilizados de modo ocioso. Um exemplo disso é o elevado desgaste das rodovias pelo intenso uso do modelo rodoviário para o transporte de cargas, ao mesmo tempo que há baixo aproveitamento do transporte hidroviário brasileiro. Para isso, é necessário que as empresas se atentem às tecnologias que podem aprimorar a logística dos transportes mais utilizados do Brasil, enquanto a distribuição equilibrada não ocorre.
Em um lugar com uma vastidão territorial e diversidade geográfica, a análise de dados históricos para o planejamento do governo surge como uma ferramenta indispensável que otimiza e aprimora a infraestrutura de transportes. Porém, como o planejamento e a execução demandam tempo, é importante que as empresas do setor de transportes tomem medidas para os que são mais utilizados no presente, investindo na abordagem de análise de dados em tempo real para enfrentar os desafios e impulsionar a eficiência desse setor tão crucial.
Sua aplicação no funcionamento dos veículos permite obter insights valiosos sobre os fluxos de tráfego, demandas de transporte e tendências futuras, concebendo a identificação de gargalos, antecipação de problemas e direcionamento de investimentos de forma mais precisa e estratégica. Ao entender os padrões de movimentação de pessoas e mercadorias, é possível tomar decisões mais assertivas para aprimorar a mobilidade e a conectividade da nação.
Um dos principais benefícios desse método na infraestrutura de transportes é a capacidade de prever e mitigar congestionamentos. Por meio de sensores de tráfego, sistemas de monitoramento de veículos e cargas e aplicativos de transporte, é possível identificar áreas propensas a congestionamentos recorrentes e adotar medidas corretivas. Além disso, pode ajudar na identificação de padrões sazonais, como os períodos de maior movimento durante feriados e férias, permitindo um planejamento mais eficiente e adaptativo.
A implementação de soluções de mobilidade inteligente também se beneficia da análise de dados. Com a coleta e o processamento de informações sobre os hábitos de deslocamento da população, as preferências de transporte e as demandas específicas de cada região, o governo pode projetar sistemas de transporte público mais eficientes e integrados, permitindo traçar rotas de transporte mais eficientes, aprimorar a gestão de frota e otimizar o uso de recursos, que resultam em maior qualidade de serviço para os usuários.
Outro ponto relevante é que esse modelo de análise de dados em tempo real pode auxiliar na tomada de decisões em relação à expansão e modernização da infraestrutura de transportes. Ao analisar dados demográficos, padrões de crescimento urbano e projeções futuras, também é possível detectar áreas que demandam investimentos em novas estradas, ferrovias, aeroportos e portos. Isso contribui para evitar investimentos desnecessários, garantindo que os recursos sejam alocados de forma adequada.
Mediante esses fatores, é possível concluir que, ao adotar a análise de dados em tempo real como uma estratégia central para o funcionamento saudável dos transportes mais utilizados, as empresas fortalecerão sua capacidade de tomar decisões embasadas, promovendo a eficiência operacional e melhorando a experiência dos cidadãos. Enquanto o governo faz o planejamento em investimentos adequados em tecnologia de análise de dados históricos para aperfeiçoar o uso de transportes, formação de especialistas e governança de dados, contribuindo para que o País avance rumo a um sistema mais moderno, sustentável e integrado, impulsionando o desenvolvimento econômico e social.
Vania Rios, diretora de vendas da Viasat, INTELIE.