O olhar cada vez mais atento e rigoroso do mercado à agenda ESG das empresas tem impulsionado novas formas de gestão. E no que diz respeito à tecnologia, as iniciativas de sustentabilidade, social e governança também não ficam de fora: segundo a consultoria Gartner, até 2025, 50% dos gestores de TI terão métricas de desempenho vinculadas à sustentabilidade da organização de tecnologia.
Para Milton Felipe Helfenstein, CCO da Envolti, empresa de tecnologia que desenvolve soluções de TI sob-medida, a situação se mostra como uma grande oportunidade para que os profissionais de tecnologia apoiem as empresas no avanço da pauta sustentável no segmento. "Com uma infraestrutura de tecnologia sustentável, além do auxílio de fornecedores inovadores que ofereçam soluções eficientes e escalonáveis, as equipes têm sólida capacidade de causar impacto para reduzir a energia, o resfriamento e o desperdício", diz.
Uma das grandes mudanças que impactam positivamente o ESG na vertical de sustentabilidade é a estratégia cloud first. Dados e soluções armazenadas em nuvem não apenas facilitam a gestão e reduzem custos com infraestrutura própria, mas também reduzem emissões de carbono. Segundo estudo da Accenture, a mudança de dados para a nuvem reduzirá a emissão de 59 milhões de toneladas de dióxido de carbono por ano. De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), data centers consomem hoje cerca de 1% da demanda global de energia. Já o Fórum Econômico Mundial avalia que a digitalização foi responsável por 4% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, só em 2020. O órgão, porém, afirma que, se ampliadas, as tecnologias serão capazes de reduzir as emissões em 20% até 2050.
Enquanto o mercado aponta para o ESG, muitos gestores ainda se vêem sem o apoio necessário para abraçar as mudanças. Menos da metade (48%) dos executivos afirma que suas empresas têm investido em tecnologias necessárias para diminuir as emissões de gases de efeito estufa, segundo a Deloitte. "Esse pensamento estratégico muitas vezes é postergado pela falta de apoio especializado no operacional. A terceirização traz um grande benefício neste aspecto, porque promove a entrega de melhorias estruturais e de suporte à TI, enquanto o gestor pode se dedicar com mais precisão a novos planejamentos", avalia Milton.
Atualmente, cerca de 80% dos executivos brasileiros acreditam que o investimento em práticas sustentáveis – ambientais e de governança – traz benefícios econômicos de longo prazo. "Nós vemos que hoje esta é uma das prioridades dos líderes empresariais, consequentemente repassadas para os fornecedores que, por sua vez, sofrem a exigência de adaptação às metas definidas pelas empresas. O desenvolvimento e pesquisa de novas tecnologias são as principais formas de fazer a transição para uma economia de baixo carbono", diz o diretor comercial da Envolti.
A consultoria Gartner avalia que até 2026, 75% das empresas deverão priorizar negócios com empresas de Tecnologia da Informação que apresentem objetivos claros e cronogramas de sustentabilidade bem construídos. "Quem não estiver atento a este processo pode perder espaço no mercado, mesmo que TI não seja o core business. O ESG precisa impactar todas as frentes do negócio e isso inclui práticas sustentáveis e escaláveis de TI, que suportem o crescimento da empresa no médio e longo prazo", finaliza o executivo da Envolti.
Além disso, as empresas deverão substituir fornecedores que não têm esse compromisso evidente. Em um futuro próximo, a sustentabilidade deverá ser um fator padrão para o processo de tomada de decisão, se tornando uma forma de interpretação do mercado para as empresas.