A IBM está a caminho de obter, dentro de cinco anos, quase um terço dos seus negócios a partir de mercados emergentes, em particular dos países que formam o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China).
Os sinais dessa mudança podem ser verificados no balanço trimestral da companhia, que levou a registrar um dos melhores desempenhos na Bolsa de Valores de Nova York neste ano. As ações da empresa subiram 18% na semana passada, apesar da queda de 13% no índice Dow Jones Industrial Average, da qual faz parte.
O resultado reflete também o direcionamento maior que a companhia vem dando para os mercados emergentes e que tem ajudado as empresas da indústria de tecnologia a enfrentar de forma menos traumática do que outros setores a retração da economia. A franca expansão das vendas de PCs nos países emergentes continua a ser o principal motor de crescimento de grande parte das empresas de tecnologia, como a Microsoft e a Intel puderam verificar nos últimos dois anos.
Não é à toa que a IBM vai realocar boa parte de seus executivos para desenvolverem grandes projetos de infra-estrutura de TI em países emergentes, em especial nos setores financeiro e de telecomunicações. O diretor financeiro da Big Blue, Mark Loughridge, observou que os negócios nesses mercados têm proporcionado "grande margem e são muito rentáveis" "Pensamos que têm enorme sustentabilidade."
Segundo ele, graças ao crescimento de 21%, 18% das receitas da IBM foram gerados nos países emergentes no segundo trimestre. "Acho que essas taxas de crescimento vão continuar", avaliou Loughridge, em entrevista ao jornal britânico Financial Times. Ele calcula o desempenho nos mercados emergentes deve impulsionar os negócios da IBM em cerca de 30% nos próximos cinco anos.
Apesar de os investimentos de longo prazo terem levado anos para dar retorno, a mudança também reflete uma tática da IBM de ampliar os gastos nos países emergentes, no curto prazo. Um prova disso é que somente no segundo trimestre a IBM expandiu os investimentos em 12% nesses mercados, em contrapartida à redução de até 1% nas despesas gerais e administrativas realizada nos países desenvolvidos, segundo Loughridge.