Rede Vida realiza primeira missa no metaverso

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Na última semana, o metaverso começou a tomar forma no nicho religioso. A Rede Vida inaugurou o templo no moonvalley, onde as pessoas que estiverem presentes terão a oportunidade de participar de missas e terços sem sair de casa. Ao mesmo tempo, o usuário pode transitar e ter experiências com pessoas que não estão fisicamente próximas.

Segundo o especialista em inovação da Rede Vida, Lucas Monteiro, a plataforma está sendo desenvolvida desde março de 2022 e tendo como foco principal proporcionar uma experiência para familiares que estão distantes fisicamente, fazendo com que tenham a vivência de assistir uma missa juntos, além disso, outro objetivo é aproximar o público jovem. "Estamos aprendendo a lidar com esse espaço do metaverso. Disso podem derivar diversos serviços, entendendo qual melhor experiência para o espectador", aponta.

Uma análise realizada pela agência SA365 sobre o metaverso explica a tecnologia como uma realidade paralela, podendo ser ficcional ou não, na qual as pessoas podem ser, fazer e construir o que quiserem, por meio de uma experiência totalmente imersiva. Nesses universos, a interação entre as pessoas acontece por meio de avatares customizados em 3D.

Atualmente, as redes sociais são as principais mediadoras desses ambientes virtuais no qual navegamos e interagimos com amigos e familiares por meio dos nossos dispositivos móveis e computadores. No metaverso, essa interação é feita de maneira muito mais imersiva, o que permite que as pessoas realmente vivenciam esse universo digital. O metaverso é mais do que um ambiente virtual onde os usuários podem interagir entre si, mas também um local onde é possível criar conteúdo que outros usuários podem desfrutar, gerando uma experiência de marca cada vez mais imersiva.

Um dos pioneiros a ingressarem no metaverso no Brasil, o investidor e cofundador da InvestSmart, Bruno Hora, aponta que o conceito dessa tecnologia é transformar o tempo que as pessoas já passam online em algo que tenha mais conexão e, ao invés de trocar mensagens ou ver as pessoas em uma grade de telas, ter a sensação de estar no mesmo ambiente, mesmo estando, fisicamente, cada um em um lugar. "Essa tese chamou atenção de igrejas que, na tentativa de melhorar a experiência dos seus fiéis, principalmente em um momento pós-pandemia, levaram seus rituais para dentro do metaverso", complementa.

De acordo com a JP Morgan e a Financial Times, alguns números do que são considerados metaverso não param de crescer, como: 54 bilhões são gastos anualmente em "itens virtuais", quase o dobro do que é gasto com música; 41 bilhões é o valor do mercado atual dos NFTs, tokens que representam assets como arte ou itens in-game; e mais de 200 marcas já fizeram ou fecharam parcerias com o Sandbox.

Partindo da visão neurocientífica, o futurista e professor livre-docente da UNIFESP, Álvaro Machado Dias explica: "O metaverso divide-se em virtual e aumentado, sendo o primeiro definido pelo uso de óculos que blindam a realidade exterior e o segundo definido pela sobreposição de estímulos digitais sobre a realidade exterior. O cristianismo está reinventando suas estratégias de captação."

Além disso, o neurocientista continua, "É esperado que, em breve, sejam propostas experiências religiosas em realidade virtual, associadas a templos digitais, voltados à socialização. A dúvida que reside é se eles terão atratividade para os mais jovens, que são alvo das principais ações do metaverso ou se, ao contrário, serão vistos como exemplo de intervenção inapropriada de quem não participa genuinamente dos circuitos estéticos e conceituais da tecnologia".

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