Um grupo formado por representantes do governo de Santa Catarina e entidades empresariais do setor de tecnologia está formulando uma proposta de política para atrair empreendimentos de base tecnológica para o estado. O objetivo é estabelecer critérios para identificar oportunidades de novos negócios para Santa Catarina através de um estudo da cadeia produtiva de tecnologia, e evitar a cessão de incentivos a vinda empresas que possam concorrer diretamente com a indústria catarinense.
A idéia surgiu nesta semana, durante a reunião da Câmara Setorial de Tecnologia da Informação e Comunicação do governo do estado. A proposta será desenvolvida nas próximas semanas pelas entidades do setor de tecnologia, organizadas através Conselho de Entidades de Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina (Cetic-SC). Ela será apresentada na próxima reunião da Câmara para ser validada e aperfeiçoada juntamente com representantes do governo, e, depois, encaminhada ao executivo estadual.
Na opinião do presidente do Cetic-SC, Heitor Blum S.Thiago, a criação de uma política clara de atração de empreendimentos de outros estados e países irá fortalecer a indústria local de tecnologia, considerada uma das mais dinâmicas do estado, tendo entre seus principais pólos Blumenau, Joinville e Florianópolis. "É preciso avaliar os impactos da vinda de grandes grupos empresariais de tecnologia, atraídos, principalmente, pela mão-de-obra qualificada encontrada nos nossos pólos e pela natural vocação que Santa Catarina tem nesse segmento."
Segundo Thiago, os empresários catarinenses têm a consciência de que a globalização dos negócios e a instalação de grandes grupos no estado é um processo natural. "Temos dezenas de empresas genuinamente catarinenses que vendem para todo o mundo, sendo altamente competitivas no cenário global. O que esperamos, basicamente, é um processo disciplinado e vantajoso para ambas as partes", explica o presidente do Cetic-SC.
A política a ser elaborada irá prever programas de incentivo a formação de mão-de-obra e um estudo da cadeia produtiva do setor no estado, a fim de identificar lacunas de desenvolvimento tecnológico e de inovação que possam ampliar essa capacidade. Essa medida, segundo Thiago, deve evitar a concorrência direta e, em algumas situações, desleal entre as grandes empresas e as catarinenses. Os incentivos fiscais a instalação das organizações também estão sendo estudados.