Os gastos com TI na área de saúde devem totalizar US$ 471,5 milhões no Brasil neste ano, segundo dados divulgados pela Frost & Sullivan durante o 3º Fórum Saúde Digital, que ocorre nesta quarta-feira, 22, em São Paulo. A projeção da empresa de consultoria e pesquisa é que a cifra salte para US$ 713,9 milhões em 2015, o que, se confirmado, representará um crescimento de 51,4%. Isso fará também com que o país represente 47,1% do mercado latino-americano. O estudo prevê ainda que o Brasil será o sexto maior mercado farmacêutico no mundo em termos de consumo nos próximos três anos.
A análise revela também que o país já representa mais de 40% do mercado de saúde na América Latina, o qual deve registrar uma taxa média de crescimento de 12,2% no período de 2012 a 2015. Como companhias que compõem o setor de saúde, a Frost & Sullivan considera os laboratórios farmacêuticos, empresas de biotecnologia e de equipamentos médicos e cirúrgicos, fornecedores de TI para saúde e empresas de diagnóstico clínico e de imagem.
"O Brasil está à frente de muitas outras regiões no segmento de saúde e na adoção de tecnologia para o setor, o que torna o país um ‘hub’ no setor de saúde regional", ressalta Izabela Januário, analista de mercado da Frost & Sullivan.
Entre as principais tendências em TI na área de saúde, o estudo destaca a computação em nuvem, mobilidade e big data. Segundo a consultoria, 46% das empresas entrevistadas para o levantamento de 2010, não apenas do segmento da saúde, não possuíam soluções em nuvem, o que passou a ser uma realidade neste ano, quando o índice caiu para 34%. Além disso, 66% das empresas disseram que pretendem adotar soluções em nuvem ou, aquelas que já utilizam algum tipo de aplicação de cloud computing, expandir o uso.
Em relação à adoção de dispositivos móveis, o uso de smartphones passará de 9,8 milhões de unidades, no ano passado, para 46,6 milhões em 2020, enquanto a utilização de tablets saltará de 389 mil para 14,6 milhões no mesmo período. O estudo estima que 85% das empresas farmacêuticas utilizem tablets como ferramenta promocional já no ano que vem.
Investimentos e barreiras
Os investimentos em TI na saúde chegaram a representar 3,2% do faturamento da indústria do setor em 2011, índice que deve crescer para 4% neste ano. Apesar das tendências destacadas, os gastos das empresas de saúde em TI foram direcionados, em sua maioria, a aquisição de hardware.
Segundo Izabela Januário, ainda há uma carência de software qualificados para compor as soluções para o setor, aplicativos voltados ao mercado local e um modelo de negócio definido, principalmente no que se refere à área de mobilidade. "É preciso também prover soluções eficientes, a um preço competitivo, para que haja um retorno sobre o investimento."
Para a analista, falta também infraestrutura de internet e telefonia de qualidade para atenderem a demanda de dispositivos conectados e possibilitarem a comunicação e o atendimento mais qualificado nas redes de saúde. "Outra barreira está no custo elevado das soluções de TI e a falta de conhecimento sobre o retorno sobre investimento, o que faz com que empresas de pequeno e médio porte da área de saúde deixem de adotar determinadas soluções de tecnológicas", ressalta Izabela.