México reduz tempo de espera por cirurgia em 99% com estratégia de TI

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Com a integração da tecnologia à sua estratégia central para o sistema público de saúde, o Instituto Mexicano de Seguro Social (IMSS) conseguiu aumentar a efetividade de diversas operações – desde agendamento de consultas a cirurgias – em apenas três anos. Entre as métricas, um dos destaques foi a redução de 32 mil para 471 pacientes em lista espera por cirurgias, o que representa uma no tempo de espera equivalente a 99%.

O estudo de caso foi apresentado no 3º Fórum de Saúde Digital, evento promovido pela revista TI INSIDE nesta quarta-feira, 22, em São Paulo. Segundo o titular da unidade de planejamento estratégico do IMSS, Jose Luis Romo Cruz, o trabalho prova a importância do alinhamento da tecnologia com os objetivos de negócio e a educação corporativa para mudar a mentalidade dos envolvidos no processo.

O IMSS é a maior instituição de saúde do México, controlada pelo governo federal há quase 70 anos. O instituto emprega mais de 400 mil pessoas e atende mais da metade da população nas 5 mil unidades espalhadas por diversas cidades do país. Ao todo, o IMSS realiza 470 mil consultas e emite mais de 550 mil receitas médicas por dia. Segundo Cruz, o imenso porte da instituição e o fato de ser pública foram as principais dificuldades iniciais enfrentadas pela gestão.

"O primeiro diagnóstico, quando assumimos a gestão do IMSS, em 2009, foi a existência de complexos sistemas de gestão e projetos de tecnologia para o controle financeiro. Eram centenas de projetos em andamento, muitos desconhecidos pelas equipes que há anos pagavam por licenças de software", explicou o executivo. Diante disso, Cruz conta que, com o programa, foram selecionados 20 desses projetos para incorporação da estratégia central – o crescimento planejado com infraestrutura para aumentar a capacidade de atendimento.

Os primeiros passos foram a integração dos sistemas e a criação de novos mecanismos para administração de recursos, com transparência. Foram criados um portal de compras e um sistema de digitalização de contratos, responsável por processar 42 milhões de documentos. "Utilizamos soluções disponíveis no mercado, também acessíveis ao setor público", menciona Cruz, citando a Oracle como uma das principais fornecedoras do instituto. Segundo ele, uma vez disponibilizados os dados, o segredo está na descentralização das informações para que cada área possa trabalhá-los de acordo com seus interesses.

Segundo ele, a partir disso, cada equipe passou a gerir melhor as informações e, consequentemente, o IMSS atingiu uma economia financeira até então tida como uma dificuldade. Após dois anos, alguns resultados já podem ser contabilizados: aumento de 25% no número de transplantes de rins, 8% de redução na taxa de mortalidade materna e declínio de 25% na mortalidade por câncer cervical.

"São resultados que provam que a melhor gestão de dados refletem em benefícios reais às operações. Não se trata apenas de projetos de TI, mas do planejamento estratégico e de uso da tecnologia a favor da função prioritária de uma instituição de saúde – melhorar o atendimento e as condições de saúde do público", ressalta Cruz. Para ele, a questão central da implantação de TI em sistemas públicos não difere das instituições privadas. Ele vê problemas de entendimento de tecnologia e de cultura organizacional em ambas, que podem ser sanadas com planejamento e objetivos esclarecidos provenientes de uma gestão eficiente.

Os próximos passos do projeto, adianta Cruz, será a implantação de orientações médicas telefônicas e a modernização das unidades de atendimento. "O ponto chave está na mudança dos hábitos das pessoas que fazem a gestão", resume.

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