A TI sempre foi, para a maioria das empresas, um sugador de investimentos, um entrave para o crescimento, lenta e complicada, com grandes dificuldades para entender e atender as áreas de negócio tão sedentas em ganhar mercados e bater metas.
Muitas áreas convergiram dentro das empresas. As áreas de negócio se aproximaram da área financeira; o RH se tornou ágil; mas TI, com seu dicionário particular e seus “nerds”, tornou-se um mal necessário para as empresas.
Como já escutei de muitos executivos: "TI veio resolver um problema que eu não tinha".
Ainda hoje, a necessidade constante de crescimento e o avanço contínuo da tecnologia faz com que a área de TI em muitas empresas, seja uma verdadeira torre de babel.
Equipamentos que não se falam, softwares que não escalam e as aplicações que servem como a cereja do bolo para amarrar tudo isso e fazer de um grupo de servidores e sistemas um legado intransponível.
Esse cenário se agrava com o desenvolvimento de aplicações fora da área de TI, desenvolvidas para atender principalmente as áreas que não podem esperar os longos prazos da área de desenvolvimento ou a infindável demora na aquisição de novos servidores.
É muito comum encontrarmos uma bagunça generalizada, falta de controle e de processo. O que há tempos atrás, as aplicações rodavam apenas em main frame de maneira centralizada, hoje existem apêndices povoando todos os equipamentos da corporação.
Muitas empresas que chegaram a este ponto perceberam que era mandatório mudar até para sobreviver. A convergência interna foi o primeiro passo: integrar vários aplicativos e otimizar a utilização da infraestrutura e de pessoal agregando processos de gestão, possibilitou uma importante redução de despesas.
A internet veio colocar um tempero especial e dar maior acessibilidade às empresas, possibilitando acesso às informações a qualquer hora do dia em qualquer lugar do mundo.
Novas aplicações, novos recursos, mas uma coisa era sempre comum: os altos custos nos investimentos para controlar, manter, ampliar e agora mais um componente: a alta disponibilidade, afinal precisamos estar conectados!
Alguém tinha duvida que ter as informações disponíveis sete dias por semana 24 horas por dia não seria vital?
Não podemos esquecer que tudo e todos estão cada dia mais conectados. Se a tecnologia avança, os negócios em escala global também. Assim, é fundamental para não se perder negócio que as empresas tenham acesso a todas as informações todo o tempo em qualquer lugar do mundo.
Alguém pode imaginar quanto custa tudo isso?
A briga por mercados e por lucratividade faz com que as empresas necessitem constantemente de mais informações, mais agilidade e claro, alta disponibilidade de informação.
E novamente, lá vai investimento em infraestrutura.
As primeiras soluções para baratear a infraestrutura apareceram com a mudança na comercialização das licenças. Há muito tempo que não tinha sentido investir anualmente em algo que já havíamos comprado no ano anterior. O modelo on demmand vem mudando este conceito.
Mas ainda tínhamos um problema, o hardware, o grande vilão, ocupava muito espaço, muita energia e, principalmente, muito investimento.
Uma alternativa foram os IDC's (Internet Data Center) que vieram com a explosão da internet. Mas ainda no primeiro modelo tínhamos apenas a hospedagem dos sites e alguns serviços.
Existiam problemas com a qualidade, os custos e a confiabilidade dos links, além do medo que os executivos tinham em colocar suas informações críticas em um ambiente fora do seu controle.
O tempo passou, a necessidade de investimento continuou, a tecnologia avançou e paremos um pouco e prestemos atenção: lembra no início, quando falamos sobre os main frames?
A convergência hoje permite colocarmos qualquer sistema em qualquer lugar do mundo com a disponibilidade e confiabilidade bastante semelhantes aos que tínhamos nos main frame e acessando via internet. Tudo resolvido? Creio que ainda não!
A convergência não é uma tendência de mercado nem um capricho dos fabricantes, é uma necessidade de redução de custos com qualidade e confiabilidade. Usar apenas o que precisamos e contratar quando necessitamos.
Este novo conceito de convergência vem promovendo uma importante redução nos custos com infraestrutura, o trauma em migrar os sistemas vem diminuindo constantemente e a alta disponibilidade deixou de ser um diferencial para se transformar em uma commodity.
Mas será que o mundo esta tão perfeito assim? Será que não temos que tomar nenhum cuidado? Chegamos ao estado da arte?
Particularmente não acredito. Aacredito que neste momento o maior desafio na convergência de infraestrutura é levar para os executivos mais conservadores do mercado de TI (e aqui se entenda os do mercado financeiro) a credibilidade e confiabilidade necessária para quem sabe daqui a não muitos anos, os sistemas core dos bancos estejam hospedados em um ambiente convergente.
Alberto Marcelo Parada, formado em administração de empresas e análise de sistemas, com especializações em Gestão de Projetos pela FIAP. Já atuou em empresas como IBM, CPM-Braxis, Fidelity, Banespa, entre outras, e atualmente integra o quadro docente nos cursos de MBA da FIAP.