O presidente do BES Investimento (BESI), do grupo Espírito Santo, José Maria Ricciardi, negou que acionistas de referência da Portugal Telecom formem uma minoria contra a oferta pública de aquisição feita pela Sonaecom, que está sendo analisada pelas agências reguladoras portuguesas, a Autoridade da Concorrência e a Anacom.
O Grupo Espírito Santo tem participação de 8,36% na Portugal Telecom e é um dos acionistas que rejeitaram a oferta, considerada hostil pela administração da operadora. Mas Ricciardi considerou a expressão "minoria de bloqueio" como especulativa. "O que há são acionistas que podem ter vontade de ir por um caminho e outros de seguir por outro, o que não quer dizer que não possam mudar de idéia", disse ele à Agência Lusa.
O presidente do BESI afirmou que a posição do grupo sobre a oferta pública "está dada e referenciada", embora a instituição considere que tudo está em aberto, já que os termos definitivos da oferta só serão conhecidos depois de divulgada a posição final da Autoridade da Concorrência. "Não é uma questão pura de preço", garantiu Ricciardi. "Há uma proposta da empresa [Portugal Telecom] de seguir outro caminho que não o da Sonaecom", afirmou, referindo-se à proposta de spin off (separação) da subsidiária PT Multimídia e de manutenção dos investimentos no Brasil (Vivo) e na África.
Caso a oferta tenha sucesso, a Sonaecom já anunciou que tem interesse em se desfazer da operadora brasileira de celulares, controlada por uma joint venture entre a Portugal Telecom e a Telefónica Móviles.
Ricciardi lembrou também que essas propostas foram aprovadas pelo conselho de administração da Portugal Telecom, onde estão representados os maiores acionistas da empresa. Ele defendeu que é ainda possível, "em termos de oportunidade e calendário", o aparecimento de uma oferta concorrente à da Sonaecom, o que só deve acontecer após a divulgação da posição da Autoridade da Concorrência.