Uma pesquisa do Grupo de Qualidade de Dados feita com 130 empresas brasileiras em 2009 revelou que 77% dos executivos consideram alto e médio o impacto da qualidade da informação nos negócios. Das companhias participantes do estudo, 58% tinham mais de 500 funcionários e 17%, entre 100 e 500 empregados. Deste total, 24% eram instituições financeiras.
O levantamento mostrou ainda que 65% das empresas dispunham de departamento interno responsável pela qualidade da informação e 30% informaram que o departamento de marketing ou comercial respondia pela execução da função.
A atualização de cadastros de clientes, de acordo com o estudo, é feita por 76% das companhias a partir de dados do Serviço de Atendimento ao Consumidor ou de solicitações de RSVP (responda, por favor). Além destas fontes, 70% dos entrevistados disseram que utilizam fontes externas para aprimorar a informação. Outro dado relevante da pesquisa diz respeito ao fato de 65% das empresas possuírem uma única base interna de dados. Mas, 76% ainda consideram que a informação não está disponível de forma a permitir sua análise e segmentação.
A maioria das empresas reconheceu a existência de problemas nos processos e no retrabalho pela falta de qualidade da informação, o que gera custos internos. Com isso, segundo os executivos entrevistados, a qualidade da informação é fundamental para conhecer e fidelizar o cliente com impacto direto na receita financeira. E, finalmente, 87% avaliam como alta a relevância da qualidade da informação.
O estudo demonstra a importância cada vez maior que as empresas dão à qualidade dos dados com os quais trabalham. E não deve ser diferente, uma vez que, de acordo com o Massachusetts Institute of Technoloy (MIT) "qualidade da informação é uma questão de sobrevivência para as companhias que, com ela, passam a dispor de uma clara vantagem competitiva".
Quatro ciclos
A pesquisa foi conduzida pela Qibras – Qualidade da Informação Brasil, entidade recém criada para promover o aperfeiçoamento técnico-profissional. Ela pretende fornecer as habilidades fundamentais para o mercado entender e superar os desafios da qualidade dos regulatório e difusão da metodologia TDQM (Total Data Quality Management) no Brasil.
Desenvolvida pelo MIT, a metodologia contempla quatro ciclos: definição – definição das dimensões da qualidade da informação e métricas a serem adotadas; medição – cálculo das métricas definidas; análise – avaliação das métricas, identificação das causas; cálculo do impacto da baixa qualidade e definição de melhorias; e aprimoramento – implantação das melhorias definidas.
Os dados são a base para realizar processos de negócio, tomar decisões, business intelligence e, até mesmo, para transformá-los em produtos. De acordo com Guilherme Rocha, presidente da System Marketing, "a má qualidade de dados causa danos ao negócio, às receitas e à reputação de uma empresa".
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