Incluir na rotina das empresas os planos de business continuity não é fácil. Em uma breve lista de tarefas, podemos colocar nessa conta: tomada de decisões difíceis – muitas vezes solitárias – que precisam gerar trabalho em equipes eficientes, rápidas e precisas. Tudo isso evitando burocracias e falta de relevância à comunicação de crise que a maioria das empresas apresenta. Não há, ou não deveria haver, gestão do negócio sem mapeamento de riscos e planos de contingência. Mas de fato, por que tanto adiamos planos adequados de gerenciamento de crise?
O ideal seria começar o planejamento quando tudo está bem. Mas sabemos que isso é quase utopia. Estamos sempre envoltos em tarefas urgentes, deixando para depois o plano de como evitá-las. Todos sabemos que estão no mercado centenas de excelentes profissionais capazes de ajudar as empresas a organizarem uma estrutura operacional, financeira, com ferramentas, treinamentos e todo suporte de implantação. Evitar este processo é só uma questão financeira para sua empresa, ou passa também por um processo cultural?
No lado financeiro, há todo tipo de estudo de ROI para saber o quanto um processo de gerenciamento de crise economiza para as empresas. Então sabemos que não é só isso.
Culturalmente o brasileiro tem a tendência de deixar as coisas "estourarem" e chegarem no limite para resolvê-las. Mas vemos muitos exemplos de que isso está mudando rapidamente em muitas empresas. Em meu dia a dia tenho contato com os principais responsáveis por crise e segurança nas maiores empresas do Brasil, e é sempre gratificante ver a mudança de mindset e busca de inovação tecnológica pela quais estão passando, e poder participar de muitos destes processos.
Somente em 2019, o mercado de segurança eletrônica movimentou R$ 7,17 bilhões no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE), o que aponta a relevância que as marcas estão dando a questões de segurança, a fim de evitar maiores problemas e riscos. Mas se muitas empresas já estão vivendo uma nova era no gerenciamento de crise, por que não todas? Fica a reflexão.
Pupo Neto, CEO da CoSafe.