Os serviços hospedados na nuvem, conceito conhecido como cloud computing, já são comuns para os consumidores residenciais que usam softwares gratuitos, como os oferecidos pelo Google. Ao usar um serviço hospedado na nuvem, o usuário pode acessá-lo de qualquer computador e não precisa se preocupar com backup, atualizações de anti-virus etc.
As empresas também estão interessadas nos benefícios da computação em nuvem, mas, de acordo com Shinya Kukita chief technology manager da NEC Corporation, a maior parte delas está desasistida pelo mercado. Segundo ele, as grandes empresas criam suas próprias nuvens, opção inviável para as pequenas e médias. "Os CIOs não se sentem confortáveis em colocar os dados das empresas nas nuvens públicas. Eles acham que não é seguro", afirma Kukita.
Neste cenário, a NEC acredita que as operadoras são os players mais bem posicionados para funcionarem como brokers de soluções em nuvem para o mercado corporativo, porque têm a confiança dos consumidores e podem oferecer a conectividade por uma rede privada (VPN), muito mais segura do que a Internet convencional. Além disso, segundo o executivo, as teles estão acostumadas a lidarem com milhares de clientes. O serviço na nuvem também pode ser muito mais barato. "Um software de CRM pode ser muito caro para uma pequena empresa. Com essa solução ela poderá usar esse software como serviço e pagar de acordo com o uso", explica ele.
Pensando nesta oportunidade para as operadoras, a NEC desenvolveu uma solução que permitiu à Telefónica na Espanha, lançar o seu "Aplicateca". O serviço foi lançado em julho de 2009, mas ficou por seis meses em caráter de trial. Hoje o Aplicateca tem 5 mil empresas clientes e os serviços mais populares são o "Conta Online", que é um software financeiro, depois web conference e localização de veículos. Para os Brasil, Kukita diz que as conversas ainda são preliminares.
O fornecimento deste tipo de plataforma pela NEC foi possível a partir da aquisição da NetCracker em junho de 2008. A NetCkacker, hoje uma subsídiária da gigante japonesa, é uma empresa TI que desenvolve sistemas de BSS (Business Support Systems) e OSS (Operations Support Systems). "Historicamente TI era separada da rede. Com a aquisição da NetCracker conseguimos unir a nossa expertise em telecom com a expertise de TI", analisa o executivo.
- Convergência