A seguradora SulAmérica calcula que deixou de gastar neste ano 1,1 milhão de folhas de papel, além de ter melhorado o processo de pagamento aos prestadores de serviços e de ter ganhado eficiência após adotar um sistema de certificação digital para pagamento de contas.
O ambiente começou a ser implantado entre o fim de 2007 e início de 2008, quando o volume de papéis administrado pela seguradora tomou proporções insustentáveis. "Em saúde (a seguradora atua em outras áreas, como seguros de carros e residências), a empresa conta hoje com 27 mil prestadores de serviços – médicos, clínicas, hospitais e laboratórios – e 2 milhões de segurados em todo o país", cita o diretor de operações da SulAmérica, Marco Antunes.
O volume de documentos emitidos por esses parceiros e recebidos pela seguradora chega a 1,8 milhão de contas médicas (internações, exames, consultas) e, considerando que muitos destes são impressos em múltiplas vias, a companhia estimava gastar, à época em que iniciou o projeto de certificação digital, cerca de 4 milhões de folhas de papel por mês.
Além dos custos com papel e impressões, Antunes ressalta que a companhia gastava com a guarda dos documentos e convivia com o risco de erros. "O custo não se encerrava nele mesmo, mas na qualidade da informação, e a probabilidade de erro", aponta.
Pouco antes de iniciar o projeto de certificação digital, a SulAmérica colocou em operação um processo de digitalização das contas enviadas pelos prestadores de serviços, algo que, hoje, atinge a 92% dos valores envolvidos em contas médicas.
Foi a digitalização que suscitou a necessidade de uso dos certificados digitais. "Percebemos que não adiantava ter o processo eletrônico, se tivéssemos que manter o papel para confirmar a identidade e a presença do segurado. Éramos obrigados a manter o documento eletrônico e o físico, porque não tínhamos qualquer garantia de que a conta digital havia sido feita pelo prestador durante o procedimento médico", revela Antunes, ao dizer que o investimento em certificação digital foi feito para garantir a legitimidade do documento e permitir que a empresa pudesse eliminar os papéis.
Na SulAmérica a certificação digital é analisada de uma forma corporativa pela comissão de sustentabilidade da empresa, e a iniciativa faz parte das práticas de tecnologia da informação voltadas para a redução do uso de recursos naturais e geração de resíduos poluentes. Foi esta a equipe que avaliou pontos fortes, fracos, riscos e oportunidades do uso da tecnologia, para concluir de que forma poderia não apenas disponibilizar o recurso para o prestador de serviços, sem onerá-lo, como comprovar a autenticidade das assinaturas quando recebesse a conta médica.
"Fechamos parceria com a Certsign, agente certificador ligado à Casa Civil, para fornecer a solução a um custo 20% menor do que o praticado pelo mercado, aos prestadores de serviços que quisessem aderir ao projeto, e oferecemos, gratuitamente, 100 tokens aos maiores provedores", conta Antunes.
Hoje, algo em torno de 20% a 25% dos documentos recebidos pela SulAmérica já são certificadas, ou quase 2 milhões de contas. "A TI na saúde é fundamental, porque guarda os dados do paciente. Se a gente não trabalhar a informação para que ela seja rápida, vitalícia e disponível (portabilidade), pouco avançaremos na eficiência do setor", conclui o executivo.
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