Gestão de energia é um requisito para um meio ambiente sustentável e os smart grids representam um pilar essencial para sua consecução. A disseminação de fontes de energia renováveis levou a uma profunda modernização dos sistemas tradicionais de distribuição de eletricidade e na maneira de distribuí-la efetivamente. O Smart Grid é definido como um sistema de distribuição elétrica inteligente que oferece fluxos bidirecionais de energia dos produtores aos consumidores. Ao contrário das redes de energia tradicionais, onde a energia é gerada apenas por uma central e distribuída para os clientes finais através de grandes redes de transformadores e subestações, no Smart Grid os clientes finais também atuam como produtores. A energia produzida por consumidores em "micro Grids" (através de painéis solares, turbinas eólicas, entre outras formas de geração) é enviada para o Grid principal que, por sua vez, realiza o gerenciamento e armazenamento adequados.
O acompanhamento e troca de informações sobre os fluxos de energia são aplicações adicionais dos Smart Grids. Com a utilização de medidores inteligentes, dispositivos automáticos de controle, smart switches e appliances, o Grid é capaz de prever com antecedência as demandas energéticas esperadas e adaptar a produção e consumo, consequentemente evitando picos de carga, eliminando possíveis apagões e agindo prontamente em caso de falhas e/ou vazamentos.
Informações relativas ao consumo de eletricidade podem ser também entregues aos clientes finais, a fim de aumentar a conscientização sobre hábitos de consumo e incentivando uma utilização mais racional da energia. Nesse sentido, as distribuidoras podem oferecer incentivos ao consumo consciente ou mesmo flexibilidade nas tarifas cobradas de acordo com o perfil de consumo. Os Smart Grids podem também ser integrados com as Cidades Inteligentes (Smart Cities) para o desenvolvimento de outros serviços.
Saúde
A área de saúde será fortemente afetada pelo desenvolvimento das tecnologias de IoT com impactos relevantes sobre o bem-estar e expectativa de vida das pessoas. Sistemas avançados de sensoriamento já permitem o monitoramento em tempo real de parâmetros e sinais vitais como temperatura corporal, pressão arterial, batimento cardíaco, níveis de colesterol, entre outros. Esses dados são transmitidos para centrais médicas de diagnóstico e controle da saúde dos pacientes. Outros sistemas auxiliam no monitoramento em situações específicas como em períodos pós-operatórios, por exemplo, no monitoramento do estado de determinado membro onde houve uma intervenção cirúrgica.
Em hospitais, a gestão de materiais poderá ser otimizada com o uso de etiquetas inteligentes e o consumo de energia elétrica será cada vez mais racionalizado em linha com o que será possível realizar em condomínios residenciais e comerciais. As camas dos dormitórios poderão ser equipadas com telas sensíveis a toques para serem utilizadas por pacientes no acesso a canais de entretenimento, jogos, educação, comunicação com familiares e equipe médica, dentre outros.
A IoT auxiliará também no monitoramento de pacientes com necessidades especiais e idosos. Por exemplo, com a utilização de sensores que monitoram sinais fisiológicos e emitem alarmes para médicos e hospitais. Pessoas com deficiências visuais se beneficiarão com aplicações de inteligência artificial cujo objetivo é, através de um sintetizador de voz, prover instruções sobre como se locomover em determinado local, objetos ao redor, informações sobre horários de transporte, entre outros serviços.
Muitas serão as aplicações da Internet das Coisas para melhoria da qualidade das pessoas em geral. Na área de saúde, os impactos serão visíveis e, como exposto acima, diretamente responsáveis por um aumento geral de expectativa e qualidade de vida.
Bruno Rossi, diretor de consultoria da ASM.