A partir do ano que vem, a população brasileira já vai poder ouvir rádio pela tecnologia digital. A informação foi dada pelo Ministério das Comunicações durante audiência pública no Senado realizada nesta quinta-feira (22/11). Segundo o secretário de Telecomunicações, Roberto Martins, os testes conclusivos devem ser realizados até o fim deste ano.
Dois sistemas de digitalização já estão sendo testados, o norte-americano In Band-On Chanel (Iboc) e o europeu Digital Radio Mondiale (DRM). Por enquanto, apenas algumas emissoras realizaram, separadamente, as transmissões. O ministério ainda precisa da realização de um teste em que diversas emissoras façam a transmissão digital de forma simultânea para saber se há riscos de interferências.
?Nós não trabalhamos com a hipótese de um processo de digitalização, de uma escolha de um padrão, em que fique de fora as emissoras FM que variam desde as rádios comunitárias até as rádios comerciais?, afirmou Martins.
A Anatel já autorizou a realização de 20 testes, mas apenas cinco relatórios finais foram entregues. Por esse motivo, o gerente de Autorização de Uso de Radiofreqüências da Anatel, Yapir Marotta, classificou os testes como ?inconclusivos?. ?Ainda é impossível para a Anatel recomendar qualquer um dos dois sistemas ao Ministério das Comunicações?, afirmou Marotta.
Contudo, especialistas afirmam que a mudança do sistema analógico para o digital deve ficar caro tanto para as emissoras de rádio quanto para os consumidores. O professor de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Lúcio Martins, afirmou que o custo mínimo do modulador que as rádios terão que comprar ficará em US$ 30 mil. Ainda não há estimativas do custo do aparelho para o consumidor.
Na freqüência AM é altamente perceptível a diferença de qualidade entre os sistemas analógico e digital. Já na freqüência FM os benefícios mais perceptíveis estão relacionados à ausência de ruídos e interferências.
Com informações da Agência Brasil.