A espionagem virtual que teria sido feita pelo governo chinês, alardeada pelos Estados Unidos, pode ter sido causada por um erro técnico aleatório dos sistemas de redirecionamento de endereços de internet. Segundo informou um funcionário do Departamento de Defesa dos EUA, que não quis se identificar, ao Financial Times, ainda não há nenhuma evidência de que o redirecionamento de tráfego de dados da web para servidores da China Telecom, a operadora estatal chinesa de telecomunicações, tenha sido proposital.
O suposto incidente internacional veio a conhecimento público quando o governo americano divulgou, na semana passada, um documento, de mais de 300 páginas, afirmando que o governo chinês desviou, deliberadamente, todo o tráfego de dados destinado a cerca de 15% dos destinos da internet para seus servidores durante 18 minutos em abril deste ano. O episódio foi caracterizado como "espionagem virtual" e "sequestro de dados", mas a China Telecom negou qualquer envolvimento no caso (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
De acordo com a reportagem do jornal britânico, no entanto, oficiais do Pentágono descobriram que também houve um problema no redirecionamento de dados on-line em seus servidores, o que levanta a possibilidade de a tal espionagem ter sido, na verdade, uma falha técnica. Os oficiais da defesa informaram que as comunicações internas das Forças Armadas dos EUA não foram afetadas de nenhuma maneira, ao contrário do que levanta o documento publicado na semana passada.
Segundo especialistas em segurança ouvidos pelo jornal britânico, nunca houve nenhuma prova de que o governo chinês realiza operações de espionagem virtual, muito menos de redirecionamento massivo de dados para os servidores de suas estatais. No entanto, o relatório do governo americano deveria servir como um alerta para a necessidade de novos sistemas de segurança digital.
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