O Google publicou um estudo encomendado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, no qual critica os governos que impõem políticas de controle de acesso à internet. No relatório, o site de buscas diz que leis restritivas à web atrapalham a livre circulação de informações pelo mundo e interferem até mesmo nas relações comerciais internacionais.
De acordo com o Google, a maioria das restrições parte de visões conservadoras sobre a web. A gigante das buscas cita o exemplo da Turquia, que tirou o YouTube do ar por conta de uma ação judicial envolvendo direitos autorais de alguns vídeos, movida por um promotor de Justiça da cidade de Ataturk. Outro caso mencionado é o do WordPress, software de publicação para blogs, que foi proibido na Guatemala durante uma crise política local – movimento semelhante aconteceu no Turcomenistão, Cazaquistão e Uzbequistão com a ferramenta de publicação Livejournal.
O exemplo mais gritante de cerceamento à liberdade digital apontado no relatório, no entanto, é o da China, que redirecionou o acesso às três maiores ferramentas de busca on-line do mundo – o próprio Google, o Yahoo e o Bing, da Microsoft – para o site local, o Baidu. O movimento chamou a atenção do mundo, que apelidou a estratégia chinesa de "the great firewall", em alusão à Muralha da China, que em inglês é Great Wall.
O estudo conclui que bloquear a internet impede que as companhias tenham acesso a informações comerciais umas das outras, dificulta que empresas de web cheguem aos seus clientes e ameaça as próprias características que transformaram a rede mundial de computadores numa ferramenta de crescimento econômico e desenvolvimento social. Segundo o relatório, minar o uso que as pessoas fazem da internet atrapalha a produtividade das empresas e atrasa as comunicações, e, numa análise apocalíptica, isso pode vir a se tornar um problema econômico.
- Relatório