Em encontro com o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Nelson Fujimoto, na semana passada, o presidente da fabricante de semicondutores Nanium, Armando Tavares, anunciou que a empresa iniciará suas atividades no Brasil até a primeira semana de fevereiro, com a constituição da Nanium Holding. A sede da empresa portuguesa ficará em Belo Horizonte e, em um primeiro momento, irá operar apenas na prestação de serviços, como consultoria na área de tecnologia aplicada.
O passo seguinte é a instalação de uma fábrica de semicondutores no país em parceria com uma empresa nacional. A Nanium possui know-how na fase de packaging (ou encapsulamento) de chips. O encapsulamento é parte final do processo de produção de chips e consiste basicamente na ligação dos circuitos internos dos componentes com outras conexões de produtos como smartphones, PCs, tablets, entre outros. O local deve ser definido até março, mas a empresa não revela quanto deve investir na fábrica.
Entre os estados que podem receber os investimentos, estão Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os representantes da Nanium afirmaram que o projeto nasce com “pé no chão”, mas ponderaram que o objetivo é viabilizar o negócio para produção imediata, fazendo “um trabalho significativo de substituição de importações” no Brasil.
O secretário Fujimoto considerou o anúncio um gesto inicial importante justamente porque o Brasil hoje é o “terceiro maior produtor de computadores do mundo”, “um grande mercado para televisores e telefones”, mas tem uma balança comercial desfavorável na área de eletrônicos porque não tem produção relevante de semicondutores. “Um dos nossos objetivos com o Plano Brasil Maior é atrair investimentos para suprir deficiências do país em alguns elos da cadeia produtiva. É o caso das tecnologias de informação e comunicação. Daí a importância desse anúncio”, ressaltou.
Até ao momento, o único projeto de fábrica de semicondutores no Brasil é uma joint venture brasileiro-coreana chamada HT Micron, em fase de construção em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Prevista para abrir as portas no fim deste ano, a fábrica tem investimentos previstos de US$ 200 milhões.