A SAP, fabricante alemã de software de gestão e análise de negócios, divulgou nesta quarta-feira, 23, os resultados financeiros de 2012. O lucro líquido da companhia totalizou 2,8 bilhões de euros, cifra 18% menor em relação aos 3,4 bilhões de euros regitrados em 2011. Confirmando os resultados preliminares divulgados na semana passada, a receita cresceu 14%, totalizando 16,2 bilhões de euros.
No quarto trimestre, o lucro líquido também apresentou declínio, de 8%, alcançando 1,1 bilhão de euros na comparação com a cifra de 1,19 bilhão de euros obtida em igual período de 2011. A receita contabilizou 5 bilhões de euros, alta de12% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As projeções de receita da SAP por segmento de negócio também se confirmaram, com o destaque para a área de serviços de cloud computing e suporte, que cresceu 1.400% no ano e 2.000% no quarto trimestre. A divisão de software e serviços relacionados a software, como esperado, respondeu pela maior fatia da receita e encerrou o ano com 16,2 bilhões de euros e 4,2 bilhões de euros no trimestre.
Desempenho brasileiro
No Brasil, embora não revele cifras regionais, a companhia obteve um crescimento da receita de 20%, o que coloca a subsidiária entre as de maior crescimento no mundo, atrás apenas do México. Da receita total no país, 77% foram arrecadados com a venda de soluções de inovação, incluindo mobilidade, computação em nuvem, soluções de inteligência analítica, banco de dados e plataforma tecnológica. O crescimento da receita local com software e serviços relacionados a software foi de 21%.
Na divisão por verticais de negócio, varejo, setor atacadista, saúde e transporte tiveram aumento superior a 100% nas vendas da subsidiária brasileira em 2012. Além disso, na indústria química, o crescimento da receita foi de 94%, serviços profissionais, de 64%, engenharia e construção, 53% e bancos, 8%. A empresa também apostou no segmento de software para pequenas e médias empresas (PMEs), recém-criado pela companhia — as PMEs já representam 70% dos clientes da SAP e a receita desse segmento cresceu acima de 100% no ano.
O presidente da SAP Brasil, Diego Dzodan, destaca que o foco de atuação continuará sendo o crescimento em soluções de inovação, além de aprofundar a atuação em categorias como banco de dados, com o software Hana, e soluções de mobilidade e inteligência de negócios. “Todas as nossas tecnologias estão na primeira taxa de avanço na receita. Teremos taxas ainda maiores nos próximos trimestres, principalmente por ter um mercado mais maduro no futuro”, complementou.
Parcerias e expansão
As vendas indiretas da SAP, por meio de parceiros de negócios, cresceram 122%. Os canais foram responsáveis por 28% das vendas de software da companhia, com expectativa de chegar a 40% até 2015. “Para isso a empresa investe em maior capilaridade, treinamentos com foco no software Hana e em cloud”, destacou a vice-presidente de vendas para ecossistema e canais, Sandra Vaz. “O objetivo é ter, no mínimo, três empresas com o nome SAP vendendo serviços na nuvem em cada cidade brasileira”, complementou Sandra.
A SAP já trabalha em parceria com empresas de telecomunicações para fornecer soluções próprias aos clientes de operadoras e espera realizar a mesma estratégia com bancos. “Teremos diferentes parceiros, pois estamos com um portfólio amplo de novas soluções”, afirma Sandra. Além disso, a empresa investirá em parcerias de OEM (original equipment manufacturer) para que seus parceiros ofereçam suas soluções integradas com a tecnologia SAP.
A companhia também planeja abrir novos escritórios no Brasil, visando ampliar a cobertura geográfica. Um será em Porto Alegre, responsável por atender a região Sul. Estão previstas filiais em Campinas, para cobrir o interior de São Paulo, e a ampliação de equipes em Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro, para suportar as regiões Nordeste e Centro-Oeste.