A adoção de dispositivos pessoais no local de trabalho — fenômeno conhecido pela sigla BYOD (bring your own device, ou "traga seu próprio dispositivo") — é uma das prioridades de investimento para 48% das empresas brasileiras nos próximos dois anos. Segundo um estudo conduzido pela ebusiness Brasil (Associação Brasileira de e-business), para o qual foram ouvidos 200 executivos de TI, 39% dos entrevistados disseram já utilizar os equipamentos eletrônicos pessoais para atividades profissionais ou pretendem aderir, enquanto outros 28% já estão estudando essa possibilidade.
Os profissionais que utilizam dispositivos pessoais nas empresas são em sua maioria presidentes e diretores, com 71% das respostas. Dentre os tipos de uso dos aparelhos para auxiliar o trabalho estão acesso a calendários, agendas, e-mails, entre outros. Entre os benefícios apontados pelos entrevistados, 76% mencionam a mobilidade, 44% citam a liberdade na decisão de escolher o dispositivo e 42% a economia de custos com a compra de equipamentos móveis. Além disso, 38% admitiram o aumento na produtividade dos funcionários.
Como já era esperado, a prática de BYOD apresenta algumas resistências ligadas à segurança de dados, citada por 69% dos executivos. Além disso, 47% disseram que a área de TI não está pronta para atender os requisitos da tendência e 42% concluíram que a segurança física dos equipamentos também impossibilita este tipo de investimento. Apesar do elevado índice de adeptos do BYOD, uma parcela considerável (22%) não vê vantagens na adoção de dispositivos móveis no trabalho e 16% temem a perda de produtividade.
A análise revela que pouco importa a influência dos departamentos de recursos humanos e jurídico das empresas em relação a adoção de dispositivos móveis no ambiente corporativo. Apenas 30% dos executivos de TI disseram ter alinhavada uma "política de BYOD" com estas áreas. Mas o estudo alerta para a necessidade de um gerenciamento de dispositivos móveis pela área de TI — metade dos entrevistados (49%) assumiu que não gerencia o BYOD. Outros 34% afirmaram que realizam o controle somente da informação (como e-mail, documentos e afins), e somente 17% realizam o gerenciamento de dispositivos e dados.
A maioria dos entrevistados ouvidos pela ebusiness Brasil trabalha em empresas de grande porte, com receita acima de R$ 300 milhões, do segmento industrial (57%).