Para fazer uma analogia entre o passado e o presente, é necessário entender como funciona o sistema financeiro tradicional, que nada mais é do que a junção mundial de acordos jurídicos, instituições e agentes econômicos formais e informais que, em conjunto, facilitam as transações internacionais de capital financeiro para fins de investimento e financiamento do comércio.
Desde sua criação no fim do século XIX, durante a primeira onda de globalização econômica, sua evolução é marcada pelo estabelecimento de bancos centrais, tratados multilaterais e organizações intergovernamentais visando melhorar a transparência, a regulamentação e a eficácia dos mercados internacionais. Ao longo dos anos, nossa sociedade evoluiu no pensamento, na medicina, na ciência e principalmente na inovação tecnológica, seja por meio do boom dos aplicativos ou novidades que alteraram nossa forma de se relacionar com o mundo.
Em 2009, um programador ou um grupo que utiliza o pseudônimo Satoshi Nakamoto, criou a criptomoeda bitcoin, que hoje é considerada a primeira moeda digital mundial descentralizada e responsável pelo ressurgimento do movimento do sistema bancário livre. Com a sua invenção, a intenção era que as pessoas tivessem uma alternativa ao modelo tradicional financeiro utilizado atualmente.
Crescimento
2017 foi uma data de grande surpresa para os investidores da moeda. Neste ano, não se imaginava um crescimento de 1900% no preço da criptomoeda, que em sua criação valia zero e só em 2010, começou a ser comercializada por U$0,39. E é por este motivo que podemos afirmar que o bitcoin vai do zero ao infinito por sua trajetória de evolução sem limite de teto, presente há nove anos no mercado mundial.
Além do aumento na procura, foram apresentadas discussões calorosas sobre a escalabilidade da moeda, passando por Segwit (Segregated Witnesses), que visa melhorar o tamanho das transações, Lightning Network, que aumentará a escalabilidade do bitcoin, e aumento de bloco, que acabou gerando forks, como o Bitcoin Cash.
Durante o ano passado, a grande valorização se deu por conta de regulações pró-mercado como anúncio feito pelo governo do Japão, que passou a regulamentar o investimento com abertura de mercado da moeda de forma nacional, e também de medidas restritivas, como houve na China, que possuía grande parte do mercado de investidores da moeda migrados para ilha japonesa. No Brasil, por exemplo, o mercado de bitcoin transacionou cerca de R$8,2 bilhões. Só a nossa empresa foi responsável por 48% destas transações. A expectativa é que esse número cresça mais de dez vezes, podendo chegar a R$100 bilhões nos próximos anos.
O risco do investidor
Podemos dizer que o risco do investidor vem diminuindo ano a ano, e isso é comprovado pelo volume de transações realizadas por todo o mundo. O bitcoin ainda é um investimento de alto risco devido a sua volatilidade, mas com o passar dos anos esse parâmetro vem diminuindo com o aumento da base de usuários e adoção de novos segmentos, desde a negociação em mercados tradicionais quanto ao uso do blockchain. Outro exemplo prático é a aceitação. No Brasil, por exemplo, até dupla sertaneja aceita bitcoin como forma de pagamento. Nos EUA, o setor imobiliário aderiu pagamento via moeda digital. Atualmente, diversas empresas criam sistemas de pagamentos em bitcoin dando evidência de que o investimento já está incorporado na sociedade mesmo de forma lenta.
Todo esse cenário de crescimento da criptomoeda, faz com que nossa empresa se prepare para um crescimento mínimo de 500%, o que reflete uma projeção até no quadro de funcionários da startup. Antes tínhamos cerca de 30 colaboradores e hoje estamos caminhando para 300.
Diante disso, esperamos que o Segwit seja largamente adotado, diminuindo as taxas de rede, além das soluções de Lighning Network que estão sendo testadas. Com ambas as tecnologias, o bitcoin deve alcançar uma escalabilidade e taxas muito menores, melhorando a vida dos usuários para uma melhor adoção do mercado. Em relação ao preço, não temos como prever, mas acreditamos que com as melhorias e com a aquisição de novos segmentos, o bitcoin continue sendo o investimento do ano.
Diante disso, esperamos que o Segwit seja largamente adotado, diminuindo as taxas de rede, além das soluções de Lighning Network, que estão sendo testadas. Com ambas as tecnologias, o bitcoin deve alcançar uma escalabilidade e taxas muito menores, melhorando a vida dos usuários para uma melhor adoção do mercado. Em relação ao preço, não temos como prever, mas acreditamos que com as melhorias e com a aquisição de novos segmentos, o bitcoin continue sendo o investimento do ano.
Para finalizar, acredito que o ponto chave será a regulamentação da moeda, que deverá vir ainda em 2018. Embora a criptomoeda tenha alcançado credibilidade no mundo financeiro, um dos gargalos são as altas taxas e a lentidão de confirmação da transação, que traz desconforto para os usuários. Tenho certeza que com toda essas novidades, a escalabilidade do bitcoin irá melhorar, ajudando-o a se tornar de fato uma rede de pagamentos segura.
Guto Schiavon, sócio fundador da FOXBIT.