A Venezuela iniciou a pré-venda da petro, uma criptomoeda estatal que será respaldada pelas reservas petrolíferas do país. De acordo com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a moeda atingiu um valor de intenção de compra de US$ 735 milhões em suas primeiras horas.
O governo explicou que cada unidade do petro será atrelado ao preço do barril de petróleo venezuelano. A expectativa do regulador de criptomoedas do país é que o recurso atraia investimento de países do Oriente Médio, como Catar, além de países europeus e dos Estados Unidos.
Líderes da oposição no país disseram que a venda constitui uma emissão de dívida ilegal, enquanto o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos alertou que ela pode violar as sanções aplicadas no ano passado, que impedem a bancos e investidores norte-americanos adquiram uma dívida venezuelana.
Para Maduro, o petro reforça a independência e soberania econômica da Venezuela ante os embargos dos Estados Unidos. Em sua analogia, ele comparou a criptomoeda à kriptonita, mineral fictício capaz de enfraquecer o Superman, em referência ao país norte-americano.
Ainda segundo o governo, um total de 100 milhões de petros serão emitidos, dos quais 82,4 milhões já estavam em pré-venda no anúncio. O restante será retido pela superintendência de Criptografia e Atividades Relacionadas da Venezuela.
A criação do petróleo foi anunciada por Maduro em dezembro do ano passado, com o objetivo de "avançar para novas formas de financiamento internacional para o desenvolvimento econômico e social do país", disse ele. A Venezuela enfrenta uma grave crise financeira.