Primeira carga da Lonestar, startup espacial investida por brasileiros, chega à Lua

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A primeira missão da Lonestar, startup espacial investida pela holding brasileira 2Future, completou com sucesso seu pouso em solo lunar na noite desta quinta-feira (22/02). Os equipamentos dessa missão estão sendo usados para realizar testes e validar as tecnologias que serão usadas futuramente para a instalação dos primeiros data centers na lua.

Sediada em St. Petersburg, na Flórida (EUA), a Lonestar quer fornecer serviços de edge computing de dados críticos e de alta qualidade a 400 mil km de distância da Terra. O objetivo é proteger os dados de ameaças, como ataques cibernéticos, acidentes físicos (a exemplo de incêndios e corte de cabos de fibra ótica) e ainda eventos climáticos extremos, como furacões, secas e terremotos.

A missão inaugural da Lonestar, intitulada Independence (Independência), teve início no último dia 15, quando decolou do Centro Espacial Kennedy, da Nasa, na Flórida (EUA), dentro de um módulo lunar da Intuitive Machines rumo ao polo sul da Lua. Com o pouso, a Intuitive Machines alcançou o feito de ser a primeira empresa privada a aterrissar suavemente na Lua desde a missão Apollo 17, ocorrida há mais de cinquenta anos.

No início desta semana, a Lonestar havia atingido outro feito importante: a realização bem-sucedida do teste de transmissão, armazenamento e recuperação de documentos digitais. Este teste constituiu no envio para o módulo lunar da Declaração de Independência dos EUA e no recebimento da Constituição e da Declaração de Direitos no caminho inverso.

Foi um acontecimento celebrado pela equipe da empresa, pois, pela primeira vez, um documento digital foi transmitido para fora do planeta para recuperação de desastres como serviço (Disaster Recovery as a Service ou DRaaS, na sigla em inglês). DRaaS é uma forma de computação em nuvem utilizada para proteger dados contra desastres naturais ou interrupções de serviço locais, viabilizando a recuperação integral das informações. "Esta conquista não é apenas um marco técnico, mas um exemplo da engenhosidade humana e da busca incansável pela proteção dos dados que sustentam nossa civilização tecnológica", afirma Chris Stott, CEO da Lonestar.

O sucesso dessas etapas abre caminho para a próxima missão da startup, Freedom (Liberdade), planejada para acontecer nos próximos meses, também em parceria com a Intuitive Machines. Nessa missão, a Lonestar dará mais um passo rumo à instalação dos primeiros data center lunares. O objetivo da empresa é iniciar serviços comerciais contínuos a partir de 2026.

Investimento brasileiro

Desde setembro de 2021 a Lonestar recebe investimento da 2Future, a holding à frente de um single family office que investe em empresas, pessoas e ideias de impacto destinadas a transformar o futuro. A empresa brasileira está entre as primeiras investidoras da Lonestar, fundada em 2018, apoiando a startup desde a fase pré-seed.

"Estamos orgulhosos por fazer parte da incrível jornada da Lonestar, que está liderando essa nova era da exploração espacial," disse Luís Felipe Neiva Silveira, fundador e CEO da 2Future. "A pesquisa espacial é fundamental para alavancar o avanço científico e os data centers são o coração desse setor, pois têm um papel central no armazenamento e processamento de dados, fundamentais para a inovação tecnológica."

Além do potencial de inovação, a economia espacial também apresenta uma promissora perspectiva de crescimento financeiro. De acordo com a Space Foundation, organização norte-americana que atua na educação, informação e colaboração para a exploração espacial, a economia espacial atingiu um valor de USD 546 bilhões em 2022 e a previsão é de que a indústria espacial ultrapasse USD 800 bilhões até 2028.

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